Nicolás Maduro anuncia fechamento de embaixada da Venezuela no Equador

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou hoje o fechamento de sedes diplomáticas do País no Equador em sinal de apoio ao México.

O que aconteceu

O anúncio foi feito durante a reunião virtual da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos). A decisão ocorre após polícia equatoriana realizar uma operação e invadir a embaixada do México, no início do mês, para prender o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, que estava abrigado no local.

A decisão da Venezuela atinge os consulados de Quito, capital do país, e de Guayaquil, a cidade mais populosa do Equador.

Ordenei o fechamento da nossa Embaixada no Equador, o fechamento do consulado em Quito, o fechamento imediato do consulado em Guayaquil e o retorno imediato do pessoal diplomático à Venezuela. Nicolás Maduro durante anúncio

No mesmo encontro, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que a invasão da embaixada foi "simplesmente inaceitável". "Não afeta só o México, diz respeitos a todos nós", afirmou o presidente, que já havia prestado solidariedade ao presidente mexicano, Andrés López Obrador.

Medida dessa natureza nunca havia ocorrido, nem nos piores momentos de desunião e desentendimento registrados na América Latina e no Caribe. Nem mesmo nos sombrios tempos das ditaduras militares em nosso continente. Lula, em reunião da Celac

Escalada de tensões

O conflito que escalou para a ruptura de relações diplomáticas entre México e Equador começou com um comentário do presidente mexicano. Foi quando Obrador falou sobre a violência política no País sul-americano e a suposta manipulação da mídia nas últimas eleições presidenciais.

Na ocasião, Obrador afirmou que, nas eleições passadas, o assassinato do centrista Fernando Villavicencio fez a intenção de voto da esquerdista Luisa González, que liderava as pesquisas, cair.

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O Equador respondeu expulsando a embaixadora Raquel Serur, e o México aumentou a tensão ao conceder asilo ao ex-vice-presidente Jorge Glas (2013-2017), que estava sob uma ordem de prisão por suposto peculato.

Quito acusa o México de intervir em seus "assuntos internos" ao conceder a Glas um asilo "ilícito". Além disso, considerou as declarações de López Obrador "muito infelizes", ao colocar "em dúvida a legitimidade das eleições de 2023", "banalizando o assassinato" de Villavicencio, disse no sábado a chanceler Gabriela Sommerfeld.

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