No G7, Lula diz que direito de defesa de Israel virou "direito de vingança"
O presidente Lula (PT) voltou a criticar os ataques de Israel na Faixa de Gaza e disse que as ações do país se tornaram "direito de vingança".
O que aconteceu
Lula falou hoje na cúpula do G7, na Itália, como convidado. Em seu discurso, pediu ainda uma "aliança global contra a fome" e sugeriu uma conferência internacional para resolver a guerra entre Ucrânia e Rússia.
Sem citar Israel, voltou a ser crítico aos ataques.
Em Gaza, vemos o legítimo direito de defesa se transformar em direito de vingança. Estamos diante da violação cotidiana do direito humanitário, que tem vitimado milhares de civis inocentes, sobretudo mulheres e crianças.
presidente Lula, durante evento do G7 na Itália
Por esses motivos, argumentou, o Brasil apoiou a ação da África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça. "As instituições de governança estão inoperantes diante da realidade geopolítica atual e perpetuam privilégios", disse.
Sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia, sugeriu que só uma conferência internacional "viabilizará a paz". "Já está claro que nenhuma das partes conseguirá atingir todos os seus objetivos pela via militar", argumentou.
Fome, pobreza e desigualdade
O presidente também reforçou a iniciativa brasileira da "Aliança Global contra a Fome e a Pobreza", que será lançada no G20 no Rio de Janeiro. "Muitos países em desenvolvimento já formularam políticas eficazes para erradicar a fome e a pobreza. Nosso objetivo, no G20, é mobilizar recursos para ampliá-las e adaptá-las a outras realidades", disse Lula, que preside a cúpula econômica neste ano.
Lula ainda pediu atenção especial dos países desenvolvidos para a África, sobretudo os cidadãos que tentam migrar do continente para a Europa. Disse que os países africanos gastam mais dinheiro pagando dívida externa do que investindo em saúde e educação. "A força criativa de sua juventude não pode ser desperdiçada cruzando o Saara para se afogar no Mediterrâneo.
Buscar melhores condições de vida não pode ser uma sentença de morte", afirmou.
Como na fala de ontem (13), defendeu direitos trabalhistas e a taxação de grandes fortunas. "Já passou da hora dos super-ricos pagarem sua justa contribuição em impostos. Essa concentração excessiva de poder e renda representa um risco à democracia."
O futuro que compartilharemos dependerá de nossa capacidade de superar desigualdades e injustiças históricas para vencer as batalhas que a humanidade enfrenta hoje.
Lula, no G7
Viagem à Europa
Esta é a oitava participação de Lula no G7. O evento, em Fasano, na Itália, reúne líderes das sete maiores economias do mundo e convidados.
Hoje, ele ainda deverá participar de encontros bilaterais, incluindo o Papa Francisco. Também deverá se encontrar com os líderes da França, Emmanuel Macron, e da Índia, Narendra Modi.
Lula está na Europa desde ontem, quando participou da OIT (Organização Internacional do Trabalho, em Genebra, na Suíça. Ele volta amanhã ao Brasil depois de mais alguns encontros bilaterais e uma coletiva de imprensa.
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