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Venezuela: Presidente do Panamá retira diplomatas; Peru convoca embaixador

O Panamá anunciou a retirada de seus diplomatas da Venezuela e a suspensão das relações bilaterais entre os dois países após a vitória declarada do ditador Nicolás Maduro nesta segunda-feira (29). O Peru convocou seu embaixador na Venezuela para consulta.

O que aconteceu

O presidente panamenho, José Raúl Mulino, alegou que só retomará laços com Caracas após revisão do resultado. Ele pediu uma "revisão completa das atas e do sistema de informática do escrutínio da votação que permitam conhecer a genuína vontade popular" dos venezuelanos.

Mulino afirmou que a suspensão das relações bilaterais é em respeito à história do Panamá e aos venezuelanos. "Por respeito à história do Panamá, por respeito aos milhares de venezuelanos que escolheram nosso país para viver e por respeito às minhas convicções democráticas, não posso permitir que meu silêncio se torne cumplicidade".

Venezuela e Panamá não têm embaixadores mútuos. Os países possuem apenas um corpo diplomático encarregado por manter as relações bilaterais.

Na semana passada, José Raúl Mulino já havia criticado Caracas por vetar a decolagem de um avião com ex-presidentes latino-americanos que acompanhariam o pleito venezuelano. Conforme o presidente panamenho, as autoridades da Venezuela fecharam o espaço aéreo, o que impediu que o avião decolasse.

Peru convoca embaixador

Peru convocou embaixador para "consulta". Javier González-Olaechea, ministro das Relações Exteriores do Peru, usou sua conta no X (antigo Twitter) para informar que convocou o embaixador peruano na Venezuela para consultas. Mais cedo, o chanceler já havia se posicionado sobre o resultado do pleito venezuelano: "Condeno em todos os seus extremos a soma de irregularidades com intenção de fraude por parte do governo da Venezuela".

Embaixador volta nesta segunda-feira (29) para o Peru, disse Olaechea. "Dados os gravíssimos anúncios oficiais das autoridades eleitorais venezuelanas, foi providenciada a convocação imediata para consultas do Embaixador do Peru acreditado junto à República Bolivariana da Venezuela", concluiu o chanceler.

Maduro é proclamado presidente, e MP diz que vai investigar oposição

Órgão eleitoral da Venezuela proclamou Nicolás Maduro vencedor das eleições. Com a decisão, o ditador continua no cargo para um terceiro mandato consecutivo de seis anos. A oposição reivindicou a vitória de Edmundo González Urrutia e alega que houve fraudes no pleito.

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Maduro teve 51,2% dos votos, anunciou o CNE, órgão responsável pela realização dos processos eleitorais no país. Com 80% das urnas apuradas, o atual presidente foi declarado vencedor ao obter 5,150 milhões de votos contra 4,445 milhões (44,2%) de Edmundo González Urrutia. O anúncio ocorreu por volta da 1h da madrugada (horário de Brasília) e depois não foi mais atualizado.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou a abertura de uma investigação contra a oposição ao presidente Nicolás Maduro. Os oposicionistas, liderados por María Corina Machado, tentaram interferir nas eleições, segundo o chefe do MP.

Países da América Latina disseram que vão solicitar uma reunião urgente da OEA (Organização dos Estados Americanos) contra a falta de transparência nas eleições da Venezuela. Nota conjunta de Uruguai, Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru e República Dominicana pede uma contagem transparente dos votos.

Sem reconhecer a vitória de Nicolás Maduro, o governo brasileiro emitiu uma nota. O comunicado deixa claro que a publicação dos dados desagregados de cada uma das sessões é fundamental para a legitimidade do pleito.

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