Líder do Hamas é morto no Irã e guia iraniano promete 'castigo a Israel'

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1. Líder do Hamas é morto no Irã e guia supremo iraniano promete "castigo severo contra Israel". Ismail Haniyeh, chefe do braço político do movimento palestino, vivia em exílio no Catar e estava no Irã para a posse do novo presidente. Haniyeh negociava o cessar-fogo em Gaza. O Hamas acusa Israel, que não se pronunciou sobre o assassinato. O chefe político teria sofrido um ataque aéreo em uma casa em Teerã onde se hospedava. Em nota, o aiatolá Ali Khamenei declarou que o país tem o dever "de vingar o sangue derramado em território iraniano". Ontem, Israel bombardeou uma periferia de Beirute, no Líbano, e afirma ter matado um alto comandante militar do Hezbollah. Para o governo israelense, Fuad Shukr foi o responsável pelo ataque recente nas colinas do Golã que matou 12 jovens. O Hezbollah, no entanto, não confirmou a morte do chefe.

2. Biden e Lula pedem publicação imediata de atas eleitorais na Venezuela. Os presidentes americano e brasileiro conversaram ontem por telefone e afirmaram, segundo a Casa Branca, que o resultado da eleição "representa um momento crítico para a democracia no hemisfério". Lula, no entanto, disse na terça "não ver nada de grave ou anormal" no processo eleitoral venezuelano e recomendou ações na Justiça para os que questionam os resultados. Milhares de opositores foram novamente às ruas na Venezuela. Os protestos já deixaram pelo menos 12 mortos e a procuradoria informou que 749 manifestantes foram detidos. O Centro Carter, órgão internacional que foi observador da votação, informou que a eleição venezuelana "não atende padrão de integridade e não pode ser considerada democrática".

3. Investigação nos EUA revela que mais de 900 crianças indígenas morreram em internatos do governo. Segundo um relatório do secretário de assuntos ameríndios publicado ontem, entre o início do século 19 até 1969, mais de 18 mil crianças indígenas foram retiradas de suas famílias e enviadas a pensionatos de "assimilação" espalhados por 37 estados. Seus nomes eram trocados por números, seus cabelos cortados e sofriam punições físicas se falassem suas línguas. O documento aponta 973 mortes, sendo que 189 crianças morreram na Escola Industrial Indígena de Carslile, na Pensilvânia. A causa das mortes não foi determinada, estima-se que parte delas tenha sido provocada por doenças. Segundo o estudo, "é provável que muitos tenham morrido devido a abusos, sobretudo sexuais".

Depois de adiamentos pelas más condições das águas do rio Sena, o triatlo individual masculino finalmente foi realizado hoje nos Jogos Olímpicos de Paris 2024
Depois de adiamentos pelas más condições das águas do rio Sena, o triatlo individual masculino finalmente foi realizado hoje nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 Imagem: Anne-Christine Poujoulat / AFP

4. Kamala avança em estados-chave com melhor desempenho do que Biden. Segundo pesquisa da Bloomberg, no Michigan, a vice-presidente tem 11 pontos percentuais sobre Donald Trump, dobrando a vantagem que Joe Biden tinha nesse estado. Kamala Harris também lidera no Arizona, Nevada e Wisconsin por dois pontos. Na Georgia, ela alcançou o avanço que Trump tinha e agora o republicano e a democrata, que terá a candidatura oficializada em agosto, estão empatados, com 47% das intenções de voto. Kamala, de acordo com a pesquisa, também conseguiu reduzir a diferença com Trump na Pensilvânia, onde ele está quatro pontos à frente, e na Carolina do Norte, onde a vantagem de Trump passou para dois pontos.

5.Novo presidente iraniano promete "normalizar" relações econômicas com o Ocidente. O reformista Massoud Pezeshkian declarou, ao prestar sermão no parlamento, que ele tentará obter o fim das sanções americanas contra Teerã. Em seu discurso, ele afirmou que sua prioridade absoluta será reforçar laços com os países vizinhos e "administrar as tensões" com o Ocidente. Analistas estimam que o novo presidente poderá retomar discussões sobre o programa nuclear iraniano e propor compromissos nessa área em troca da retirada das sanções impostas pelos EUA. A escolha do novo ministro das Relações Exteriores do Irã poderá mostrar a direção que o país quer dar à sua política internacional, afirma o Financial Times.

Deu no Le Monde: "Beirute e Teerã: os dois ataques que redistribuem as cartas dos conflitos entre Israel, Hamas e Hezbollah". O jornal francês afirma que a eliminação de dois chefes, em poucas horas, em duas capitais, é uma demonstração de força do exército israelense que cria o risco de transformar de maneira imprevisível a situação no Oriente Médio. O assassinato em Teerã de Ismaïl Haniyeh, líder político do Hamas, ocorre em um período de pouca visibilidade no país, poucas horas após o novo presidente do Irã assumir o cargo. A morte de Haniyeh em pleno centro de Teerã é um golpe contundente para o movimento palestino e é também uma humilhação para o Irã, já que Haniyeh participou da cerimônia de posse de Massoud Pezeshkian. Leia mais.

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