Kamala faz discurso de olho no centro e na classe média
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Kamala Harris fez o discurso de encerramento da convenção democrata ontem à noite com um forte apelo ao centro. A candidata falou sobre o "sonho americano" de prosperidade, prometeu reduzir juros para a classe média e reforçar o controle imigratório nas fronteiras. Sobre a guerra na Faixa de Gaza, Kamala defendeu a autodeterminação dos palestinos, mas repetiu a posição clássica dos EUA de que Israel tem o direito de se defender. Depois de reconquistar a confiança dos eleitores democratas tradicionais, a fala de Kamala pode ser vista como um apelo aos independentes e uma tentativa de amenizar sua imagem de esquerda, para os padrões americanos. "Vocês podem confiar que sempre colocarei o país acima do partido e de mim mesma." Durante o discurso de 38 minutos, Trump postou 40 mensagens em sua rede social. "Ela não fez nada mais do que falar nesses três anos e meio. É o que está fazendo nesta noite", disse em uma delas.
Supremo confirma Maduro
O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela validou ontem os resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral que deram vitória a Nicolás Maduro no pleito de 28 de julho. Os números são contestados pela oposição, e a reeleição de Maduro não é reconhecida por diversos países, entre eles o Brasil e os EUA. O presidente do Chile, Gabriel Boric, escreveu na rede social X que o anúncio "acaba de consolidar a fraude". Antes do anúncio, a missão do Conselho de Direitos Humanos da ONU que acompanha a crise na Venezuela havia "alertado para a falta de independência e imparcialidade de ambas as instituições [conselho e Supremo]". A decisão dá a Maduro mais um mandato de seis anos, a partir de janeiro. Ele está no poder desde 2013.
Corpo de filha de magnata resgatado
Mergulhadores encontraram o corpo de Hannah Lynch, filha do bilionário irlandês Mike Lynch, nos destroços do mega iate que afundou na segunda-feira na costa da Sicília. Hannah era a última dos seis desaparecidos depois do acidente. Ao todo, sete das 22 pessoas a bordo morreram, incluindo o pai de Hannah, cujo corpo foi recuperado ontem. A embarcação estava ancorada no porto de Porticello, perto de Palermo, e virou durante uma forte tempestade.
Ultrapassagem chinesa na América Latina
A China assumiu a liderança do mercado de veículos na América Latina. Em 2023, as vendas das indústrias chinesas chegaram a US$ 8,56 bilhões, quatro vezes mais do que em 2019 e foram equivalentes a 20% do mercado. No mesmo período, os EUA ficaram com 17%. O Brasil, que viu sua participação cair de 14% para 11%, ocupa a terceira posição. A vantagem dos chineses na região é ainda maior no segmento específico de veículos elétricos: 51% das vendas por valor. Os números são de um levantamento do International Trade Center.
Atacama afunda
O salar do Atacama, no Chile, está afundando de 1 a 2 centímetros por ano por causa da extração de lítio, segundo um estudo da Universidade do Chile. A medição foi feita a partir de imagens de satélite colhidas entre 2020 e 2023. O afundamento ocorre na porção sudoeste do salar, justamente onde as mineradoras de lítio operam. Segundo o principal autor do estudo, o pesquisador Francisco Delgado, a área afetada tem cerca de 40 quilômetros quadrados. O problema expõe um dos desafios da busca por energias renováveis. O lítio é um dos principais componentes de baterias usadas em carros elétricos e armazenagem de energia solar e eólica. Segundo a Agência Internacional de Energia, a demanda mundial pelo metal cresceu 30% entre 2022 e 2023.
Deu no Wall Street Journal
Economia vive momento "ou vai ou racha". O artigo do jornal americano afirma que o presidente do Fed, Jerome Powell, está a um passo de uma vitória histórica contra a inflação sem a necessidade de provocar uma recessão. Se ele falhar, recessão e desemprego nos EUA são inevitáveis. Segundo o jornal, os próximos meses são cruciais. "As atenções estão voltadas para a velocidade com que os diretores do Fed reduzirão as taxas de juros de seu nível mais alto nos últimos 20 anos". A ata da última reunião do Fed indica que a queda dos juros deve começar já no próximo encontro, em setembro. Mais indicadores sobre as próximas ações do Fed devem ser dados no discurso que Powell fará hoje no final da manhã na abertura do encontro anual dos presidentes de bancos centrais. Leia mais.
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