Conteúdo publicado há 1 mês

'Eles nunca imaginaram nossa reação', diz líder da oposição a Maduro em ato

A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, discursou neste sábado (3) em uma manifestação que contesta a vitória de Nicolás Maduro na eleição presidencial.

O que aconteceu

Milhares de venezuelanos estão nas ruas contra o resultado das eleições. Corina foi recebida com aplausos e gritos de "Liberdade, liberdade" e "Não temos medo" em um ato em Caracas.

"Eles são capazes de qualquer coisa, mas nunca imaginaram a nossa reação, a nossa coragem", afirmou ela. Corina acrescentou que o regime chavista "nunca esteve tão fraco" e pediu que os manifestantes continuem lutando.

Sabíamos que isso ia acontecer, que nossa vitória seria complexa. Precisamos continuar lutando no dia a dia. Nunca estivemos tão fortes como hoje e o regime nunca esteve tão fraco.

Hoje o medo está em outro lugar. Eles têm a violência como único recurso, mas não podemos cair em provocações.
María Corina em ato contra Maduro em Caracas

Ela também afirmou que a Venezuela estará "livre" de Maduro em breve. "Vocês são os heróis desta história. Cada venezuelano que não se rendeu, que sabe que vencemos... Edmundo González é o presidente eleito".

Oposição denuncia "repressão brutal" do governo chavista. A suspeita de irregularidades na eleição provocou uma onda de violência generalizada no país. Pelo menos 19 pessoas morreram e oposição fala em 11 desaparecidos. Maduro anunciou que mais de 1.200 manifestantes foram presos e ameaçou mandá-los para prisões de segurança máxima.

Candidato Edmundo González Urrutia não participa da manifestação. Ele e Corina foram ameaçados de prisão pelo regime chavista e estavam escondidos. Urrutia foi visto em pública pela última vez na terça (30) em um comício em Caracas.

Maduro diz que Corina e Urrutia promovem atos de violência e tentam dar um "golpe de Estado" com o apoio dos Estados Unidos. Na quarta (31), ele afirmou que os dois deveriam "estar atrás das grades".

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Um dia antes dos atos, o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) reafirmou a vitória de Maduro, mas não divulgou as atas eleitorais. A oposição e a comunidade internacional cobram os dados. O diplomata Celso Amorim afirmou que o Brasil está decepcionado com a demora para a divulgação das atas da eleição presidencial.

EUA reconheceram a vitória da oposição em comunicado assinado pelo secretário de Estado Antony Blinken. "Dada a evidência esmagadora, é claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano, que Edmundo González Urrutia recebeu a maioria dos votos na eleição presidencial de 28 de julho na Venezuela".

Manifestantes contra reeleição de Nicolás Maduro em protesto em Caracas
Manifestantes contra reeleição de Nicolás Maduro em protesto em Caracas Imagem: 3.ago.2024-Federico Parra/AFP

'Estamos lutando pela nossa liberdade'

Os manifestantes começaram a se reunir na capital cerca de duas horas antes do discurso de María Corina Machado, sem grande mobilização das forças de segurança.

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"Maduro é ilegítimo. Não somos terroristas, estamos lutando por nosso país, pela liberdade. Peço a Maduro que ouça a voz de nossos irmãos, de todos aqueles que morreram", disse Jezzy Ramos, uma chef de cozinha de 36 anos, casada e mãe de uma filha, na manifestação.

"Estou defendendo a democracia e o voto, porque elegemos um presidente, isso é óbvio, as atas estão publicamente na internet (...). O governo não reconhece que perdeu. É um autogolpe", disse Sonell Molina, 55 anos, mãe de dois filhos, que vivem no Peru.

*Com informações de AFP

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