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Walz ataca Trump em 1º discurso como vice de Kamala: 'Cria caos'

O governador de Minnesota, Tim Walz, candidato escolhido para ser o vice na chapa de Kamala Harris nas eleições presidenciais, atacou o republicano Donald Trump em seu primeiro comício, realizado na Filadélfia, no estado da Pensilvânia (EUA), nesta terça-feira (6).

O que aconteceu

Walz disse que Trump provoca caos e divisão. "Donald Trump vê o mundo de forma diferente de nós. Ele não tem tempo para servir porque perde muito tempo servindo a ele mesmo. Ele cria caos e divisão. Ele congelou diante da crise da covid. Não vamos nem contar com os crimes que ele cometeu."

O democrata também citou o J.D. Vance, candidato a vice na chapa republicana. O político chamou o parceiro de Trump de "arquiteto do Projeto 2025", programa que reúne políticas de direita que, segundo os democratas, serviria como base de um possível novo governo republicano.

Como todas as pessoas comuns, eu cresci no coração da região. J.D. estudou em Yale, teve sua carreira financiada por bilionários do Vale do Silício e então escreveu um best-seller destruindo aquela comunidade. Vamos lá! Não é isso que a América é. E preciso dizer que mal posso esperar para debater com esse cara?!
Trecho do discurso de Tim Walz

Partido escolhe Walz

Tim Walz, 60, está em seu segundo mandato como governador de Minnesota. Uma equipe do Partido Democrata está de prontidão perto da mansão de Walz para acompanhá-lo até a Filadélfia, onde ele deve participar de seu primeiro comício com Kamala, informou a CNN.

Ele se tornou um dos nomes favoritos de Kamala após viralizar dizendo que Donald Trump e JD Vance, que concorrem pelo partido republicano, "são simplesmente estranhos". O ataque virou uma arma para a campanha de Kamala. Em vez de fomentar o embate moral proposto pelos republicanos, a estratégia democrata é de transformar em piadas o que dizem Trump e JD Vance.

Walz e Kamala não tinham muita proximidade, mas ela ficou impressionada pela autenticidade de Walz após um encontro no domingo (4). Eles tiveram uma "ótima química", contou uma fonte à CNN. Outra pessoa declarou que Walz "fala e se parece com muitos eleitores que perdemos para Trump".

O democrata é visto como um homem comum, estável e pé no chão. Nas redes, americanos falam do seu jeito "despreocupado" do Meio-Oeste americano.

Democrata pode atrair eleitores moderados e do centro-oeste rural, servindo de contraponto a JD Vance, candidato a vice na chapa de Donald Trump. Ele também marca objetivos da política liberal, como a legalização da cannabis e o aumento das garantias aos trabalhadores.

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Tenho orgulho de anunciar que convidei Tim Walz para ser meu companheiro de chapa. Como governador, treinador, professor e veterano, ele ajudou famílias trabalhadoras como a dele. É ótimo tê-lo na equipe. Agora, vamos ao trabalho.
Kamala Harris, no X (antigo Twitter)

Campanha de Trump fez primeiro ataque a Walz minutos após a notícia. "Não é nenhuma surpresa que a liberal de São Francisco, Kamala Harris, queira o aspirante da Costa Oeste, Tim Walz, como seu companheiro de chapa. Walz passou seu mandato como governador tentando remodelar Minnesota à imagem do Golden State", afirmou a secretária de imprensa Karoline Leavitt. Ela continua: "Walz é um extremista perigosamente liberal, e o sonho californiano de Harris-Walz é o pesadelo de todo americano".

Aliados de Trump estão aliviados por Kamala não ter escolhido Josh Shapiro, contou uma fonte próxima à CNN. Shapiro é governador da Pensilvânia e poderia atrair votos decisivos no estado. Desde 2008, quem vence na Pensilvânia ganha a eleição presidencial.

Além de Walz e Shapiro, foram especulados: Roy Cooper, governador da Carolina do Norte; Mark Kelly, senador pelo Arizona; Andy Beshear, governador de Kentucky; JB Pritzker, governador de Illinois; Pete Buttigieg, secretário de Transportes; Gavin Newsom, governador da Califórnia; Gretchen Whitmer, governadora de Michigan; Wes Moore, governador de Maryland; e Raphael Warnock, senador pela Geórgia.

Votos da classe média

Vice pode relacionar Kamala com eleitor que ela não tem, avalia Denilde Holzhacker, professora de relações internacionais da ESPM. "Eles estão procurando um equilíbrio de gênero na chapa com um homem branco, que faça a ponte com o eleitor que Kamala não tem: a pessoa do subúrbio, classe média, independentes, republicanos moderados que não estão satisfeitos com Donald Trump. O vice pode quebrar a resistência ao nome dela", observou, em entrevista ao UOL antes do anúncio.

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"A Kamala não ganha sem a Pensilvânia, considerando que Trump está muito bem nas pesquisas em vários outros estados-chaves", afirmou Denilde, especialista em EUA.

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