'Perdi minha filha por 2 segundos': mãe salvou bebê após iate afundar
Uma britânica de 36 anos contou como conseguiu salvar a filha de 1 ano após um iate de luxo naufragar na costa da Sicília, na Itália, na madrugada de segunda-feira (19). Segundo Charlotte Golunski, sua família sobreviveu porque estava no convés no momento da tragédia. Ela, o marido e a bebê estão entre as 15 pessoas resgatadas.
O que aconteceu
Família foi acordada por trovões, relâmpagos e ondas, relembra. Em entrevista ao jornal italiano La Repubblica, Charlotte disse que parecia o "fim do mundo". Momentos depois, ela e a família foram jogadas no mar. "Por dois segundos, perdi minha filha no mar, mas rapidamente a abracei em meio à fúria das ondas", disse.
Sobrevivente diz ter usado 'todas as forças' para manter a filha boiando. Ela contou ter ficado com os braços estendidos durante todo o tempo para evitar que a bebê se afogasse. Algumas das pessoas que caíram no mar conseguiram inflar um bote salva-vidas, em que 11 pessoas conseguiram subir — incluindo Charlotte, seu marido e sua filha de 1 ano.
Charlotte e a família foram levadas ao hospital para fazer exames. Todos passaram ilesos pelo naufrágio. Outros sobreviventes — três deles com ferimentos graves — foram resgatados pela tripulação de um barco próximo. Segundo Karsten Borner, capitão desta outra embarcação, o iate afundou em "alguns minutos".
Estava tudo escuro. Eu não conseguia manter os olhos abertos na água. Gritei por socorro, mas tudo que conseguia ouvir ao meu redor eram os gritos das outras pessoas.
Charlotte Golunski, sobrevivente, ao La Repubblica
Ao menos uma pessoa morreu e seis seguem desaparecidas. A identidade da vítima não foi divulgada. Entre os desaparecidos, estão o bilionário britânico Mike Lynch, de 59 anos, e sua filha Hannah Lynch. A esposa de Lynch, Angela Bacares, foi resgatada com ferimentos leves. Dos 15 sobreviventes, oito tiveram que ser hospitalizados, enquanto o restante foi levado para um hotel.
Iate tinha 56 metros e afundou pouco antes do nascer do sol. A embarcação foi encontrada a uma profundidade de 49 metros, de acordo com a guarda costeira italiana. O iate havia deixado o porto de Milazzo em 14 de agosto e foi rastreado pela última vez a leste de Palermo, na noite de domingo (18), com status de navegação "ancorado", de acordo com o aplicativo Vesselfinder.
Buscas por sobreviventes continua nesta terça-feira (20). Três mergulhadores treinados para operar em espaços estreitos desceram com tanques de oxigênio até os destroços do iate. Devido à profundidade, cada mergulho é limitado a 12 minutos por vez, incluindo dois minutos para descida e subida, explicou o porta-voz dos bombeiros, Luca Cari.
(Com AFP, Deutsche Welle e Reuters)
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