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Inquérito que investiga implosão do submersível Titan começa hoje nos EUA

Começou nesta segunda-feira (16) a audiência da Guarda Costeira dos Estados Unidos que vai investigar as causas da implosão do submersível Titan, da OceanGate, em 2023. As autoridades vão analisar questões prévias ao acidente, examinar a estrutura da embarcação e ouvir testemunhas ao longo das próximas duas semanas.

O que esperar

Objetivo é evitar que casos como o do Titan voltem a acontecer. Jason Neubauer, presidente do Conselho de Investigação Marinha dos EUA, disse no domingo (15) que a ideia é fornecer a agências federais e internacionais as recomendações de segurança necessárias para que "nenhuma família passe por uma perda como esta novamente".

Circunstâncias tornam a investigação complexa para a Guarda Costeira. A profundidade extrema em que o Titan implodiu, por exemplo, dificulta a recuperação de provas, acrescentou Neubauer.

Audiência vai determinar a dimensão de uma eventual negligência. Durante o processo, serão analisados eventos prévios ao acidente, a conformidade do Titan á regulamentação, as qualificações da tripulação, os sistemas mecânicos e estruturais e a resposta à emergência, segundo a Guarda Costeira. Se a investigação identificar algum crime, o caso será encaminhado ao Departamento de Justiça.

Engenheiros e executivos da OceanGate vão ser ouvidos. Entre os convidados, estão o cofundador da empresa, Guillermo Söhnlein. Após a implosão, ele defendeu o presidente da OceanGate, Stockton Rush, morto no acidente. "Sempre fomos muito transparentes com qualquer pessoa que fosse se juntar a nós nas expedições sobre os riscos envolvidos", disse Söhnlein, que deixou a empresa em 2013.

Especialistas já apontaram fatores que podem ter levado à implosão. Entre eles, de acordo com a NBC News, estão o fato de que o submersível de 23 mil libras (cerca de R$ 170 mil, pela cotação atual) foi feito com materiais experimentais, como fibra de carbono, que ainda não foi testada em profundidades extremas. Vale lembrar que os destroços do Titanic estão a cerca de 4 km da superfície do mar.

Caso Titan, da OceanGate

Submersível Titan implodiu em junho de 2023. O anúncio foi feito no dia 22 daquele mês pela OceanGate, responsável pelo submersível, que também admitiu a morte dos cinco ocupantes. O comunicado foi divulgado minutos antes de uma entrevista coletiva da Marinha americana, logo após os familiares das vítimas terem sido informados. O Titan havia submergido quatro dias antes, em 18 de junho.

Guarda Costeira encontrou cinco grandes partes do Titan. "Primeiro, encontramos a ponteira sem o casco pressurizado. Essa foi a primeira indicação de que houve um evento catastrófico", explicou o contra-almirante John Mauger à época. Pouco antes, no mesmo dia, partes do submersível haviam sido encontradas a 3,2 km de profundidade e a cerca de 480 metros do Titanic.

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Um piloto e quatro passageiros faziam parte da expedição. São eles: Stockton Rush, presidente da OceanGate; o bilionário Hamish Harding; Shahzada e Suleman Dawood, um empresário paquistanês e seu filho; e Paul-Henry Nargeolet, ex-comandante da Marinha Francesa e considerado um dos maiores especialistas do naufrágio do Titanic.

OceanGate definia o submersível como 'seguro e confortável'. Antes do acidente, a empresa descrevia o Titan como uma embarcação feita de titânio e fibra de carbono capaz de "suportar a enorme pressão do fundo do oceano". Atualmente, porém, o site oficial da OceanGate diz apenas que a companhia "suspendeu todas as operações comerciais e de exploração".

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