'Ponto de virada histórico', diz Netanyahu após morte de líder do Hezbollah
Benjamin Netanyahu disse neste sábado (28) que o trabalho de Israel "ainda não terminou", após anunciar a morte do líder do Hezbollah, em ataque no Líbano. Segundo o premiê, o assassinato foi um "ponto de virada histórico" na luta de Israel contra seus "inimigos". As forças israelenses também confirmaram a morte do líder do Hamas, em outro bombardeio.
O que aconteceu
Os ataques israelenses aconteceram na sexta-feira (27). O bombardeio no Líbano foi direcionado ao quartel-general do Hezbollah em Beirute, onde estava Hassan Nasrallah. O anúncio da morte foi feito inicialmente por porta-vozes do Exército de Israel na rede X ainda na sexta. O grupo extremista, no entanto, confirmou a informação apenas neste sábado.
O Hezbollah disse que Nasrallah foi morto após um "ataque aéreo sionista traiçoeiro" e prometeu vingança. "A liderança do Hezbollah promete ao mais alto, mais sagrado e mais querido mártir em nossa jornada repleta de sacrifícios e mártires continuar sua jihad contra o inimigo, apoiando Gaza e a Palestina, e defendendo o Líbano e seu povo firme e honrado", afirma o grupo em um comunicado.
Para Netanyahu, a morte de Hassan Nasrallah permitirá "avançar" na libertação dos reféns israelenses em Gaza. "Estamos determinados a continuar atingindo nossos inimigos", declarou o primeiro-ministro de Israel ao retornar de Nova York, onde participou da Assembleia Geral da ONU.
Acertamos nossas contas com o responsável pelo assassinato de inúmeros israelenses e muitos cidadãos de outros países, incluindo centenas de americanos e dezenas de franceses
Benjamin Netanyahu
A morte de Hassan Nasrallah foi condenada por líderes do Oriente Médio e comemorada pelos Estados Unidos. Em comunicado divulgado neste sábado (28), Joe Biden, presidente dos EUA, afirmou que Nasrallah e o Hezbollah "foram responsáveis pela morte de centenas de americanos em um reinado de terror de quatro décadas" e que a morte é uma "medida de justiça".
O aiatolá Ali Khamenei destacou a trajetória de "mártir" de Nasrallah e garantiu apoio ao Hezbollah. Líder supremo do Irã, ele disse que "todas as forças de resistência regionais" estão apoiando o grupo. Khamenei afirmou também que o destino da região "será determinado pelas forças de resistência, no topo das quais está um Hezbollah vitorioso".
O Irã, inclusive, pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU. A petição foi feita por meio de uma carta escrita pelo enviado iraniano à ONU, Amir Saeid Iravani. No texto, ele pede ao Conselho que "tome ações imediatas e decisivas para deter a agressão contínua de Israel e impedir que a região seja arrastada para uma guerra total".
Os Houthis, do Iemên, decretaram luto, assim como o Hamas. Ambos grupos radicais são apoiados pelo Irã. "Reafirmamos nossa absoluta solidariedade com os irmãos do Hezbollah e da Resistência Islâmica no Líbano", escreveu o Hamas.
A Rússia chamou o ato de "assassinato político". Em Nova York, Sergei Lavrov, chanceler russo, criticou o Ocidente por uma postura "jubilante" quando um inimigo é morto. Lavrov defendeu que Israel "pare o uso de métodos terroristas" e chamou os assassinatos de "atos clínicos".
O ataque contra o líder do Hamas, por sua vez, foi feito no sul da Síria. De acordo com as forças israelenses, Ahmad Muhammad Fahd foi morto "enquanto planejava um ataque terrorista". Ainda segundo as IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês), o Exército vai continuar trabalhando para "eliminar os terroristas do Hamas" onde quer que estejam.
Os ataques ocorreram horas após discurso de premiê na ONU. Na sexta-feira, na Assembleia Geral, Benjamin Netanyahu defendeu as guerras contra Hamas e Hezbollah e disse que, se o movimento palestino "permanecer no poder", vai se reagrupar e atacar Israel novamente. Sobre os libaneses, afirmou: "Continuaremos destruindo o Hezbollah até que todos os nossos objetivos sejam alcançados".
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