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Vídeo: Furacão Milton é flagrado por astronauta da Estação Espacial

Um astronauta gravou nesta terça-feira (8) o furacão Milton a partir da Estação Espacial Internacional. O furacão foi rebaixado para a categoria 4 na escala que vai a 5, mas continua "extremamente perigoso", segundo alerta do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês). A previsão é de que Milton chegue na quarta-feira (9) à Flórida.

O que aconteceu

O vídeo foi registrado e publicado pelo astronauta Matthew Dominick. Ele se apresentou para o serviço na Nasa (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço) em agosto de 2017 e completou dois anos de treinamento como candidato a astronauta. Matthew foi lançado para a Estação Espacial Internacional— ISS, na sigla em inglês— em 3 de março de 2024 como comandante de uma missão e serve como engenheiro de voo a bordo do laboratório orbital. Ele passará aproximadamente seis meses conduzindo experimentos científicos e mantendo a estação espacial.

"Timelapse voando perto do furacão Milton há cerca de duas horas", escreveu Matthew no X (antigo Twitter). Na publicação, feita por volta das 12h45 (horário de Brasília), ele também compartilhou dados das configurações da câmera para o registro. Em resposta a um internauta, o astronauta explicou que a velocidade do obturador da câmera precisou ser rápida tanto para capturar a luz brilhante quanto para não ter borrão no movimento da imagem devido à velocidade orbital da ISS.

Segundo o astronauta, o registro foi feito da janela da Estação Espacial. "Espere muitas imagens desta janela, pois é aqui que eu estou dormindo enquanto esperamos para desacoplar e retornar à terra."

Nasa também divulgou imagens de câmeras externas da Estação Espacial Internacional que captaram o furacão nesta terça. Os registros são de quando o Milton atravessava o Golfo do México. "Neste dia 8 de outubro, o Milton estava com ventos de [aproximadamente] 233 km/h e se fortalecendo à medida que se movia na direção leste-nordeste em direção à costa oeste da Flórida", escreveu a Nasa no YouTube.

Furacão Milton atinge estado do México

Furacão contornou o estado mexicano de Yucatán nesta terça-feira (8). A previsão é de que o furacão cause "ondas destruidoras" no México e um aumento do nível da água de até 1,5 metro. O governo de Yucatán suspendeu as atividades não essenciais, enquanto a população protegeu portas e janelas com tábuas e pescadores levaram seus barcos para a terra. "Mesmo que a previsão indique que o furacão Milton não atingirá o território nacional, chuvas e ventos torrenciais são esperados, especialmente em Campeche e Yucatán", alertou a presidente Claudia Sheinbaum no X (antigo Twitter).

Milton é o 2º grande furacão no Golfo do México em duas semanas. Segundo o NHC, é provável que o fenômeno "continue como um grande e poderoso furacão ao atingir a costa da Flórida, com riscos potencialmente mortais na costa e no interior". O governo da Flórida, que ainda se recupera dos estragos causados pelo furacão Helene, ordenou novas evacuações. "Quem tiver condições deve pegar a estrada hoje", apelaram as autoridades na segunda (7), em coletiva dirigida especificamente à região metropolitana de Tampa, onde vivem cerca de 3 milhões de pessoas.

Previsão é de que seja a pior tempestade a atingir Tampa em mais de 100 anos. Separada do Golfo do México por uma baía, a cidade de Tampa, de 400 mil habitantes, teme principalmente o impacto de Milton sobre a maré e as inundações. Sacos de areia foram colocados nas portas das casas para tentar conter a água, cujo nível pode subir entre 2,4 e 3,6 metros, de acordo com o NHC. Carros congestionam as estradas e moradores lotam os supermercados para estocar mantimentos.

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Furacão pode levar chuvas de até 250 mm para a Flórida, segundo o NHC. Em alguns pontos, o volume de chuva pode chegar a 380 mm. O governador Ron DeSantis ampliou para 51 (de um total de 67) o número de condados em situação de emergência no estado, o terceiro mais populoso do país. "Dá tempo de sair. Por favor, façam isso. Por favor, executem o plano agora se estiverem em algumas das áreas de risco", pediu DeSantis. "Estas tempestades estão trazendo mais água do que nunca", alertou a diretora da agência federal de resposta a desastres naturais (FEMA), Deanne Criswell.

(Com AFP e RFI)

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