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Josias: Brasil passa vexame ao manter moderação diante da Venezuela

O governo brasileiro passa vexame após ter optado por se abster de votar pela renovação da missão da ONU que concluiu que o governo de Nicolás Maduro cometeu crimes contra a humanidade na Venezuela durante e após as eleições de julho, afirmou o colunista Josias de Souza no UOL News de hoje (15).

Um relatório de 180 páginas divulgado pela missão da ONU nesta terça-feira (15) detalha uma repressão sistemática envolvendo assassinatos, tortura e violência sexual, com o objetivo de silenciar dissidentes políticos. Para Josias, o país demora em mostrar avanços em sua posição ainda moderada sobre o país vizinho e a abstenção brasileira na votação de sexta-feira (11) se torna ainda mais inadequada diante da divulgação do documento.

É realmente constrangedor para o Brasil que esse relatório venha à tona apenas alguns dias depois da nossa abstenção. O que se está constatando é uma repressão sem precedentes, planejada, contra dissidentes. E o Brasil se absteve de votar a favor da renovação dessa missão que investiga esses crimes

Acho que o Brasil precisa evoluir na sua posição em relação à Venezuela e já está tarde demais. O Brasil precisa rever sua posição e dar respostas firmes à altura da gravidade das violações de direitos humanos que estão sendo documentadas na Venezuela.

A repressão na Venezuela não atingiu apenas opositores formais de Nicolás Maduro, mas também qualquer pessoa que ousasse discordar do regime. Houve uma fraude premeditada na eleição presidencial, cercada de procedimentos repressivos Josias de Souza, Colunista do UOL

Para Josias, a postura cautelosa de Lula gerou respostas ofensivas do governo venezuelano —que chegou a acusar o presidente brasileiro de ser um agente da CIA.

Lula, no entanto, continua com uma postura moderada, recusando-se a chamar o Maduro de ditador, embora admita que existe um regime de viés autoritário em Caracas. Mas ele precisa evoluir, porque essa moderação está sendo respondida com ofensas

Lula já foi chamado de agente da CIA pelo procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab. Se ele não reage e não muda sua posição, acaba merecendo essas ofensas.

O Brasil não deveria submeter sua diplomacia a esse tipo de vexame. Estamos falando de uma decisão tomada no Conselho de Direitos Humanos da ONU, uma instância séria e legítima.Quando ofensas são reiteradamente ignoradas, o ofendido acaba merecendo. Josias de Souza, Colunista do UOL

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