Jamil: Grande pergunta da eleição nos EUA é como Trump reagirá se perder

O principal temor da eleição presidencial dos EUA reside em como será a reação do republicano Donald Trump no caso de uma eventual derrota para a democrata Kamala Harris, afirmou o colunista Jamil Chade no UOL News desta segunda (4).

Segundo pesquisa divulgada pelo jornal The New York Times, Kamala e Trump estão tecnicamente empatados em todos os estados-pêndulo. Em meio à disputa acirrada, o republicano voltou a insinuar, sem provas, uma fraude eleitoral. O ex-presidente ainda afirmou que os democratas "lutam muito para roubar".

É provavelmente a eleição mais acirrada das últimas décadas nos EUA e será definida pelas margens, ou seja, por pouquíssimos votos desses estados-pêndulo, que são chave. Hoje, há um empate técnico.

A grande pergunta é: em uma eleição tão disputada, com uma enxurrada de desinformação e mentiras, como Trump e o Partido Republicano reagirão se forem derrotados? Tudo indica, e pelo menos essa era a orientação do partido até agora, que haverá questionamento e uma tentativa de dizer que a eleição foi fraudulenta.

Na verdade, os republicanos já começaram a dizer isso antes mesmo da eleição terminar. Obviamente, haverá muita atenção. Amanhã, Washington estará absolutamente abarrotada por agentes de segurança e policiais. Há uma grande preocupação com relação à eventual violência que pode acontecer depois do anúncio do resultado.
Jamil Chade, colunista do UOL

Jamil destacou que o clima de euforia dentro do Partido Democrata, com Kamala tomando a dianteira nas primeiras pesquisas, deu lugar à apreensão por conta da reação de Trump, o que deixou o cenário completamente indefinido.

Em um primeiro momento, Kamala 'dispara', em um contexto de quase empate técnico e se distancia um pouco. Houve grande euforia por parte dos democratas de que a decisão havia sido acertada [a retirada da candidatura de Joe Biden] e que Trump não teria mais chance de voltar.

Não foi isso o que aconteceu nas duas últimas semanas. Trump recuperou uma parte do eleitorado e também se recuperou nas pesquisas. Hoje, não há como fazer qualquer tipo de previsão de que um ou outro lado sairá vencedor.
Jamil Chade, colunista do UOL

Ministro do STF diz que eventual vitória de Trump não afeta caso Bolsonaro

Os inquéritos contra Jair Bolsonaro não sofrerão qualquer influência caso Donald Trump vença as eleições nos Estados Unidos, revelou um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) ao colunista Josias de Souza, que trouxe a informação no UOL News desta segunda (4).

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Troquei uma mensagem de WhatsApp com um ministro do Supremo agora cedo, perguntando-lhe se uma vitória do Trump poderia influir no andamento desses inquéritos que correm contra o Bolsonaro. Ele respondeu uma frase muito seca: 'chance zero de influir'.

Do ponto de vista judicial, é muito improvável que a eventual vitória de Trump nos EUA contribua para reabilitar Bolsonaro. Se isso não acontece no Judiciário, a outra alternativa é o Legislativo. Hoje, no Congresso Nacional, a proposta de anistia do Bolsonaro é minoritária. Ele não tem maioria para aprovar a anistia, nem daqueles encrencados lá no 8 de janeiro.

Sobre a anistia dele próprio, aí mesmo é que a maioria ainda não se formou. Está longe de se formar uma maioria pró-Bolsonaro no Congresso para anistiá-lo. Então, o efeito desse apoio do Bolsonaro ao Donald Trump é nulo. Josias de Souza, colunista do UOL

Assista ao comentário na íntegra:

Tales: Trump traz pavor de 'fantasma' de retorno de Bolsonaro

Uma eventual vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos traz um alerta ao Brasil para uma possível volta de Jair Bolsonaro ao poder, afirmou o colunista Tales Faria.

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Com o fortalecimento da ultradireita e dos ultraconservadores no mundo, uma preocupação é se isso fortalecerá Bolsonaro por aqui. As instituições brasileiras estão muito assustadas com o que Bolsonaro produziu, com uma guerra contra o STF [Supremo Tribunal Federal], a democracia e o Congresso.

Essa guerra contra as instituições fará com que elas se protejam no caso de uma eleição do Trump, não voltando atrás nas punições ao Bolsonaro. Ele não deve ser beneficiado em termos de adiamento, anistia e revisão das penas às quais lhe devem ser impostas. As instituições estão com pavor do retorno de Bolsonaro. Trump traz esse 'fantasma', que fará as instituições democráticas reagirem. Tales Faria, colunista do UOL

Assista ao comentário na íntegra:

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Opinião

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