Ministro do STF diz que eventual vitória de Trump não afeta caso Bolsonaro
Os inquéritos contra Jair Bolsonaro não sofrerão qualquer influência caso Donald Trump vença as eleições nos Estados Unidos, revelou um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) ao colunista Josias de Souza, que trouxe a informação no UOL News desta segunda (4).
Bolsonaro declarou apoio a Trump e o elogiou, chamando-o de "maior líder conservador da atualidade". Já assessores de Lula manifestam preocupação caso o republicano vença Kamala Harris, já que significaria uma maior turbulência na América Latina e fortalecimento de grupos de extrema direita pelo continente.
Troquei uma mensagem de WhatsApp com um ministro do Supremo agora cedo, perguntando se uma vitória do Trump poderia influir no andamento desses inquéritos que correm contra o Bolsonaro. Ele respondeu uma frase muito seca: 'chance zero de influir'.
Do ponto de vista judicial, é muito improvável que a eventual vitória de Trump nos EUA contribua para reabilitar Bolsonaro. Se isso não acontece no Judiciário, a outra alternativa é o Legislativo. Hoje, no Congresso Nacional, a proposta de anistia do Bolsonaro é minoritária. Ele não tem maioria para aprovar a anistia, nem daqueles encrencados lá no 8 de janeiro.
Sobre a anistia dele próprio, aí mesmo é que a maioria ainda não se formou. Está longe de se formar uma maioria pró-Bolsonaro no Congresso para anistiá-lo. Então, o efeito desse apoio do Bolsonaro ao Donald Trump é nulo.
Josias de Souza
O colunista ressaltou que Bolsonaro tentará tirar proveito de uma possível vitória de Trump para se manter influente no cenário político brasileiro.
Nos EUA, o efeito prático disso [apoio de Bolsonaro a Trump] é zero. Quando diz ser pró-Trump, Bolsonaro está fazendo uma manifestação de si mesmo. A vitória do Trump estimula uma onda conservadora que já está presente na Argentina e em outros países. Isso contribui para um cenário que Bolsonaro tenta recriar.
Bolsonaro imagina que esse eventual retorno do Trump à Casa Branca favorecerá o movimento que ele comanda no Brasil, de vitimização, de busca de uma anistia no Congresso nacional ou de uma reversão dos resultados adversos a ele no Judiciário. Ele pensa que isso criará um ambiente mais favorável para obter sua reabilitação política e concorrer às eleições em 2026.
Josias de Souza
Tales: Trump traz pavor de 'fantasma' de retorno de Bolsonaro
Uma eventual vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos traz um alerta ao Brasil para uma possível volta de Jair Bolsonaro ao poder, afirmou o colunista Tales Faria.
Com o fortalecimento da ultradireita e dos ultraconservadores no mundo, uma preocupação é se isso fortalecerá Bolsonaro por aqui. As instituições brasileiras estão muito assustadas com o que Bolsonaro produziu, com uma guerra contra o STF [Supremo Tribunal Federal], a democracia e o Congresso.
Essa guerra contra as instituições fará com que elas se protejam no caso de uma eleição do Trump, não voltando atrás nas punições ao Bolsonaro. Ele não deve ser beneficiado em termos de adiamento, anistia e revisão das penas às quais lhe devem ser impostas. As instituições estão com pavor do retorno de Bolsonaro. Trump traz esse 'fantasma', que fará as instituições democráticas reagirem. Tales Faria
Assista ao comentário na íntegra:
Jamil: Grande pergunta da eleição nos EUA é como Trump reagirá se perder
O principal temor da eleição presidencial dos EUA reside em como será a reação do republicano Donald Trump no caso de uma eventual derrota para a democrata Kamala Harris, afirmou o colunista Jamil Chade.
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Quero receberÉ provavelmente a eleição mais acirrada das últimas décadas nos EUA e será definida pelas margens, ou seja, por pouquíssimos votos desses estados-pêndulo, que são chave. Hoje, há um empate técnico.
A grande pergunta é: em uma eleição tão disputada, com uma enxurrada de desinformação e mentiras, como Trump e o Partido Republicano reagirão se forem derrotados? Tudo indica, e pelo menos essa era a orientação do partido até agora, que haverá questionamento e uma tentativa de dizer que a eleição foi fraudulenta.
Na verdade, os republicanos já começaram a dizer isso antes mesmo de a eleição terminar. Obviamente, haverá muita atenção. Amanhã, Washington estará absolutamente abarrotada por agentes de segurança e policiais. Há uma grande preocupação com relação à eventual violência que pode acontecer depois do anúncio do resultado.
Jamil Chade
Assista ao comentário na íntegra:
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