Kamala liga para Trump e discute transferência 'pacífica' de poder nos EUA
A candidata democrata derrotada nas eleições norte-americanas, Kamala Harris, ligou nesta quarta-feira (6) para o vencedor da disputa, o republicano Donald Trump, e discutiu sobre a transferência pacífica de poder.
O que aconteceu
Na ligação, Kamala parabenizou o rival pela vitória. Na madrugada desta quarta, Trump discursou em um centro de convenções na Flórida após a emissora Fox News projetar o resultado e declarou que inaugurará uma "era de ouro" e irá "recuperar" os Estados Unidos.
Além disso, Kamala abordou a "importância de uma transferência pacífica de poder". Um assessor da democrata disse, sob condição de anonimato, que ela também destacou a relevância "de ser um presidente para todos os americanos". A informação da ligação foi divulgada inicialmente pelo jornal Washington Post.
Não foi divulgado quanto tempo durou a ligação. Outros detalhes da conversa também não foram revelados.
A campanha do republicano confirmou a ligação e as felicitações da democrata. "O presidente Trump reconheceu a vice-presidente Harris por sua força, profissionalismo e tenacidade durante toda a campanha, e ambos os líderes concordaram com a importância de unificar o país", disse o porta-voz da campanha de Trump, Steven Cheung, em um comunicado.
Kamala deve fazer o seu primeiro discurso após a derrota por volta das 18h (horário de Brasília) nesta quarta. A fala ocorrerá na Universidade de Howard, em Washington D.C., onde a atual vice-presidente se graduou. O marido da democrata, Doug Emhoff, deve acompanhá-la.
Joe Biden também ligou para Trump
O atual presidente parabenizou o rival e o convidou para ir à Casa Branca para discutir a transição de governo. Segundo o governo, a equipe da atual gestão deve organizar uma data "em um futuro próximo".
A expectativa é que Biden faça um discurso à nação sobre os resultados da eleição na quinta-feira (7). Informações divulgadas pela AP (Associated Press) apontam que o democrata também conversou por telefone com Kamala para parabenizá-la por sua campanha. Em julho, Biden desistiu da disputa contra Trump e apoiou o nome de Kamala para a disputa.
Trump comemorou a vitória
O republicano também disse que irá "recuperar" os EUA. "Vamos ajudar nosso país a se recuperar. Nosso país precisa de ajuda, precisa muito. Vamos resolver nossa fronteira e todos os outros problemas".
Trump ressaltou a vitória no Senado do Partido Republicano, que voltou a comandar a casa. "Os EUA nos deram um mandato poderoso. Voltamos a controlar o Senado", disse ele, que ainda destacou a possibilidade de que mantenha o controle sobre a Câmara dos Deputados.
Após instrumentalizar ódio em sua campanha, Trump agora indicou que está "na hora de reunir" o país. Ele falou em "colocar um fim às divisões dos últimos quatro anos". Indicando que não vai começar nenhuma guerra, Trump ainda lembrou dos atentados e ameaças que sofreu. "Deus me salvou por um motivo", disse.
O vice na chapa, JD Vance, também discursou no evento. Ele destacou a "maior volta política da história dos EUA" e prometeu que haveria a "maior recuperação econômica da história".
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Quero receberCampanha foi marcada por atentado
Trump foi alvo de um ataque a tiros. Em julho, Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, atirou contra Donald Trump durante um comício na Pensilvânia, e o atingiu de raspão. Uma pessoa da plateia morreu e o atirador foi morto pelo Serviço Secreto.
Maiores temas de campanha foram imigração e impostos. Trump prometeu deportação em massa de 15 a 20 milhões de estrangeiros sem documento, embora o número estimado seja de 11 milhões de pessoas. Na economia, quer nacionalização, redução de importações, de impostos e de regulação sobre o mercado.
Ataques contra Kamala Harris e Tim Walz foram constantes. Durante toda a campanha, Trump focou em ofender seus adversários políticos com narrativas falsas e apelidos depreciativos. Trump chamou Kamala de "burra", "mentalmente debilitada" e "com QI baixo". Em uma entrevista, questionou se Harris era negra, e se tinha "mudado sua identidade" por vantagens políticas.
(Com AFP)
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