Bashar al-Assad está em Moscou após Rússia conceder asilo, dizem agências

O ditador sírio Bashar al-Assad e a família fugiram para Moscou após rebeldes tomarem Damasco, informaram agências de notícias russas neste domingo (8) citando fontes do Kremlin.

O que aconteceu

Assad comandava o país há 24 anos. Ele foi para a Rússia num voo fora do radar nesta madrugada, após o país conceder a ele asilo humanitário. As informações são das agências de notícias Interfax, Tass e Ria Novosti.

O governo russo ainda não se pronunciou oficialmente. Sem se identificar, essa fonte do governo russo disse que "a Rússia sempre se manifestou a favor de um acordo político para a crise síria, e insistimos que os diálogos mediados pela ONU sejam retomados". "Autoridades russas estão em contato com representantes da oposição armada na Síria, cujos líderes garantiram a segurança das bases militares russas e missões diplomáticas em território sírio", acrescentou.

Última aparição pública dele foi há uma semana. Assad foi visto pela última vez quando rebeldes tomaram o norte de Aleppo e deram início a escalada para tomada de poder.

Novo governo da Síria publicou comunicado, prometendo um Estado livre, justo e democrático. O temor da comunidade internacional era que os rebeldes seguissem um caminho de radicalização. A liderança do grupo era classificada como terrorista por parte dos EUA. Diplomatas estrangeiros em Damasco afirmaram ao colunista do Jamil Chade UOL que, apesar da declaração das novas autoridades, há uma percepção de existir um vácuo de poder e de uma indefinição sobre quem de fato está em controle. Em diferentes locais da capital e pelo país, os relatos são de caos e tensão.

Secretário-geral da ONU classificou momento como "oportunidade histórica para construir um futuro estável e pacífico". "Após 14 anos de guerra brutal e a queda do regime ditatorial, o povo da Síria pode hoje aproveitar uma oportunidade histórica para construir um futuro estável e pacífico", falou António Guterres. "O futuro da Síria é uma questão que cabe aos sírios determinar, e o meu enviado especial trabalhará com eles para esse fim."

Síria vive guerra civil após repressão aos protestos durante a Primavera Árabe, em 2013. Bashar al-Assad estava no poder desde 2000, quando o pai dele, Hafez al Assad, morreu. A deposição de Assad marca o fim de uma dinastia que estava há cinco décadas no poder.

*Com informações da Reuters

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