Não há economia verde que resista ao estímulo ao consumo de hoje em dia, diz Fábio Feldmann
Os países buscam soluções a curto prazo e, para a crise econômica, o que tem sido feito é estimular o consumo, o que não é nada sustentável. Esta é a visão do ecologista e ex-secretário do Ambiente do Estado de São Paulo. Fabio Feldmann. “No Brasil, a medida contra a crise foi o corte nos impostos dos automóveis, estimulando as compras. Até 2030, segundo pesquisas, teremos 3 bilhões de pessoas na nova classe média. Assim, não há economia verde que resista”, ressalta.
A crítica ao consumismo e ao desenvolvimento atual, baseado no crescimento econômico e em energias poluentes, foi o tom do seminário sobre economia verde, no Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável, na PUC-Rio. Este é um evento, que reúne a comunidade acadêmica e cientistas, paralelo à Rio+20, Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até dia 22 de junho.
O capitalismo baseado no consumo leva a acumulação e degradação ambiental. Ele deve ser trocado por outros valores mais humanos, não só econômicos, mas ambientais e sociais”, diz Ivan Turok, diretor executivo do Conselho de Pesquisa em Ciências Humanas da África do Sul.
Para Tim Jackson, professor da Universidade de Surrey, Reino Unido, a questão não é de alterar a natureza humana para nos “adaptarmos” à economia verde, com menos consumo, por exemplo. Segundo ele, o capitalismo já mudou o comportamento das pessoas, mas não a natureza. “Nossas economias não só não estão funcionando, mas ainda estão indo contra quem nós somos. Temos que voltar aos valores da humanidade para fazer nossa vida melhor, mais rica e humana”.
Jackson vai além e coloca em nossas cabeças uma imagem e uma pergunta: “Ver crianças na loja de doces querendo consumir é desrespeitoso com a humanidade e com quem nós somos”.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.