Ministro Gilberto Carvalho espera que chefes de Estado mudem rascunho da Rio+20
Para o ministro-chefe da Secretária-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, o rascunho do texto final da Rio+20, aprovado nesta terça-feira, ainda pode – e deve – sofrer modificações durante o encontro de chefes de Estado e de governo que ocorrerá entre os dias 20 e 22, no Riocentro.
A posição de Carvalho contrasta claramente com a satisfação e o alivio manifestados horas antes pelos ministros Antonio Patriota, das Relações Exteriores, e Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, após a aprovação do rascunho por consenso dos 193 países da Conferência.
“Muita água vai rolar, muita coisa ainda vai acontecer”, disse Carvalho, ressaltando estar falando como um integrante do governo que não participou das negociações. “O que vai acontecer aqui não é apenas um ritual de passagem”, disse. “Há uma dinâmica importante que a gente acredita ainda que vai acontecer”.
Carvalho citou a Conferência do Clima, em Copenhague, em 2009, como um exemplo em que o rascunho concordado na pré-conferência foi totalmente modificado depois da chegada dos chefes de Estado e de governo.
“Há um grande alívio e satisfação por termos chegado, como país-anfitrião, a um texto-base. A partir daí você pode avançar mais”, disse Carvalho.
Vitória da diplomacia
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, atribuiu à habilidade da diplomacia brasileira o consenso sobre o rascunho do documento da Rio+20, que será apresentado aos chefes de Estado e governo, a partir de amanhã. Apesar disto, reconheceu estar insatisfeito com alguns pontos.
“Muito da posição brasileira está no documento aprovado, como o piso social, assegurar o não retrocesso do legado da Rio92 [como o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas], oceanos, a mensuração da riqueza além do PIB e a questão do consumo”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
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