Topo

Filho de Jacques Cousteau pede proteção para habitats em alto-mar

Em Paris

11/04/2013 13h28

O filho do comandante Jacques-Yves Cousteau, o príncipe Albert de Mônaco e um grupo de personalidades de diversas frentes emitiram nesta quinta-feira (11), em Paris, um apelo a favor da proteção dos habitats do alto-mar, que estão prejudicados pelo saque de recursos e pela poluição generalizada.

Esta ação tenta voltar a mobilizar a comunidade internacional, que, na cúpula Rio+20 (em junho de 2012), se comprometeu a cuidar urgentemente destas zonas marinhas situadas fora das águas territoriais, que significam 64% dos oceanos - embora não tenha alcançado compromissos vinculantes, o que provocou a decepção das ONGs à época.

"Há 68 anos, meu pai me lançou ao mar e nestes 68 anos vi a deterioração dos oceanos", declarou Jean-Michel Cousteau, filho do comandante Cousteau e signatário do apelo apresentado em uma conferência organizada no Conselho Econômico Social e Ambiental francês (Cese, na sigla em francês).

Os habitats de alto-mar são "o núcleo da sobrevivência da humanidade, nos alimentam, nos fornecem a metade de nosso oxigênio, equilibram nosso clima e sequestram a maior parte de nossas emissões de gases de efeito estufa", segundo grupo que assina o documento, que também inclui o arquiteto e designer francês Philippe Starck.

"Mas, hoje, as zonas de alto-mar se converteram, em parte, em um local sem lei, vítima do saque dos recursos até em suas maiores profundezas, da poluição generalizada (...) do tráfico".

Apelo na ONU

O grupo pede que as negociações previstas até 2014, no âmbito da Assembleia Geral das Nações Unidas, permitam "a criação de um instrumento internacional de proteção da biodiversidade em alto-mar".

As negociações devem abordar "a preservação dos ecossistemas" e "o acesso e a distribuição dos benefícios vinculados à exploração dos recursos genéticos marinhos".

Delphine Batho, ministra de Ecologia, declarou que a França quer que este instrumento seja adotado "no fim de 2013, durante a próxima Assembleia Geral" da ONU. O país europeu possui o segundo maior domínio marítimo mundial.