Presidente do BM pede fim de discussões 'tolas' sobre clima e pede ação
O tufão que devastou as Filipinas deve ajudar a acabar com as discussões "tolas" sobre a realidade das mudanças climáticas e mobilizar a comunidade internacional a agir, disse nesta terça-feira o presidente do Banco Mundial (BM).
"Espero que a tragédia nas Filipinas nos ajude a deixar de lado o que penso que são discussões tolas sobre a ciência", disse Jim Yong Kim enquanto se celebrava a abertura da conferência da ONU sobre as mudanças climáticas em Varsóvia.
Segundo Kim, o "número" e a "severidade" das tempestades no ano passado, entre elas o furacão Sandy nos Estados Unidos, confirma todas as previsões dos especialistas, que no entanto continuam sendo questionados por alguns céticos do aquecimento global.
"Noventa e cinco por cento dos cientistas do clima concordam em que as mudanças climáticas antropogênicas (induzidas pela atividade humana) são reais e que temos que fazer algo a respeito ou as consequências serão graves", avaliou o presidente do BM, cuja instituição se manifestou recentemente contra o aumento da temperatura global.
Para Kim, aqueles que questionam estas conclusões não se baseiam em nenhum fundamento científico e não fazem mais que discutir "a ciência em seu conjunto".
"Deixemos as discussões e avancemos. Façamos os investimentos que necessitamos", disse o dirigente, que pediu principalmente para desenvolver a energia renovável e formas de agricultura que respeitem o meio ambiente.
O desafio, segundo ele, também é econômico. O custo anual das grandes tempestades que varrem o litoral é atualmente de US$ 6 bilhões ao ano, mas poderia chegar a US$ 1 trilhão em 2050, advertiu Kim.
Mais de 190 países iniciaram na segunda-feira duas semanas de negociações em Varsóvia sobre as mudanças climáticas para delinear um acordo para 2015, em meio aos ecos do devastador tufão Haiyan, que teria deixado pelo menos 10.000 mortos nas Filipinas há quatro dias.
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