Nações ricas devem liberar recursos para sucesso de negociação climática, diz China
As lentas negociações da ONU sobre o combate às mudanças climáticas só poderão avançar se as nações ricas cumprirem a promessa de fornecer bilhões de dólares em financiamento para países em desenvolvimento, disse o chefe das negociações climáticas da China, Su Wei, nesta quinta-feira.
O negociador chinês disse a jornalistas em Varsóvia que os países desenvolvidos devem cumprir as promessas feitas em 2010 e pagar imediatamente os 30 bilhões de dólares prometidos para ajudar países pobres a lidar com os efeitos da mudança climática.
Países ricos também precisam esclarecer como pretendem aumentar a ajuda até os 100 bilhões de dólares por ano prometidos até 2020, acrescentou.
"Isso seria um ponto de partida muito importante e fundamental para a conclusão bem-sucedida da negociação de um acordo (pós-)2020", disse Su.
Delegados de quase 200 países estão reunidos em Varsóvia entre 11 e 22 novembro para as negociações sobre um novo tratado climático global.
Os países buscam chegar a acordo até 2015 sobre um pacto para suceder o Protocolo de Kyoto, definindo limites obrigatórios de emissões de gases de efeito estufa após 2020.
Mas poucos países se comprometeram com metas firmes de redução de emissões, e as principais nações em desenvolvimento, como China e Índia --que não têm metas estabelecidas no Protocolo de Kyoto--, insistem que o sucesso das negociações depende do financiamento por parte de países ricos.
"Nós queremos ver um roteiro muito claro... queremos ver a provisão efetiva e real das fontes de financiamento", disse Su.
A questão do financiamento está no topo da agenda das negociações da ONU depois que as Filipinas e partes do sudeste da Ásia foram devastadas esta semana pelo tufão Haiyan, uma das tempestades mais fortes já registradas em todos os tempos.
"Estamos firmemente comprometidos com o mandato que concordamos em Durban (nas negociações da ONU em 2011) que as partes agirão melhor depois de 2020", disse Su, sem dar mais detalhes.
O negociador não quis dizer quando a China vai anunciar suas próprias metas de redução de emissões pós-2020. A China prometeu reduzir as emissões por unidade de produção econômica para 40-45 por cento abaixo dos níveis de 2005 até 2020.
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