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Corais do Pacífico perdem a cor devido ao aquecimento global

Recife de coral apresenta sinais de perda de coloração em Halfway Island, na Grande Barreira de Corais da Austrália, em imagem feita pelo Instituto Australiano de Ciências Marinhas. Segundo informações dos cientistas, a barreira perdeu mais da metade de sua cobertura de corais nos últimos 27 anos devido a tempestades, peixes venenosos e desgaste na coloração causada pelas mudanças climáticas - Ray Berkelmans/Instituto Australiano de Ciências Marinhas/AFP
Recife de coral apresenta sinais de perda de coloração em Halfway Island, na Grande Barreira de Corais da Austrália, em imagem feita pelo Instituto Australiano de Ciências Marinhas. Segundo informações dos cientistas, a barreira perdeu mais da metade de sua cobertura de corais nos últimos 27 anos devido a tempestades, peixes venenosos e desgaste na coloração causada pelas mudanças climáticas Imagem: Ray Berkelmans/Instituto Australiano de Ciências Marinhas/AFP

Em Majuro, Ilhas Marshall

22/12/2014 09h59

Os recifes de corais do Pacífico norte sofrem atualmente um processo de embranquecimento por causa de um fenômeno meteorológico similar ao "El Niño", que aumenta a temperatura dos oceanos.

A situação mais dramática acontece nas Ilhas Marshall, onde o embranquecimento observado desde setembro é o pior já registrado, de acordo com Karl Fellenius, oceanógrafo da Universidade do Havaí, com base em Majuro, capital dessas ilhas.

Segundo C. Mark Eakin, da Vigilância de Recifes da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica americana (NOAA), o Pacífico norte em seu conjunto se vê afetado por este fenômeno.

Os novos recordes de estresse térmico na parte setentrional do Pacífico é um fenômeno natural que ocorre nos lugares em que a água circula pouco, em períodos de marés de pouca amplitude e fortes calores, e à pouca profundidade. Mas a magnitude do fenômeno estudado só pode ser explicado "pelas emissões de gases de efeito estufa, que fazem aumentar a temperatura nos oceanos", afirma Fellenius.

A temperatura das águas mais superficiais é entre meio e um grau superior ao normal há vários meses, uma diferença suficiente para afetar os frágeis, acrescenta o científico.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) previu na recente cúpula de Lima que as temperaturas constatadas entre janeiro e outubro ao redor do globo, poderão fazer de 2014 o ano mais cálido em todo o mundo desde 1880.