Em novo filme, DiCaprio diz que seu voto pode frear as mudanças climáticas
Em seu novo filme "Seremos história?", Leonardo DiCaprio viaja pelo mundo mostrando os danos causados pelas mudanças climáticas, na tentativa de despertar a população para uma luta contra os causadores do aquecimento global. O documentário será exibido neste domingo (30) às 23h, no NatGeo.
Quer um spoiler angustiante? Se continuarmos sem tratar o assunto com urgência, teremos que lidar com as consequências (todas as que você já ouviu falar como secas, enchentes, mudanças de temperaturas, extinção de animais...) antes do que os cientistas previram.
No longa-metragem, com a produção executiva de Martin Scorsese, DiCaprio viaja pelo Canadá, Indonésia, China, Índia e outros países para compreender diversas visões e pesquisas sobre as mudanças climáticas, entrevistando líderes como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o papa Francisco e o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, além de pesquisadores da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana), cientistas, ativistas e conservadores florestais.
A verdade dói?
Entre as histórias, o protagonista lembra quando conversou pela primeira vez sobre as catastróficas consequências que o abuso do dióxido de carbono poderia causar, em um encontro há 20 anos com Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA. Segundo DiCaprio, na época ele achou inacreditável, mas hoje fica aterrorizado ao ver as previsões se concretizarem.
O ator viu de perto as consequências das mudanças ao filmar o longa "O Regresso". O diretor Alejandro González Iñárritu conta que a locação no Canadá precisou ser trocada quando as temperaturas bateram recordes e todo o gelo da região derreteu.
De volta aos EUA, DiCaprio foi para Miami, na Flórida, e entrevistou o prefeito Philip Levine, que explicou que devido ao derretimento das geleiras causado pelas mudanças climáticas, o nível do mar está subindo e a água invade a cidade. Alguns moradores se adaptaram a situação deixando caiaques preparados para serem usados como meio de transporte.
Para evitar as enchentes de água do mar até em dias ensolarados, o prefeito elevou o nível das ruas nas áreas baixas da cidade e instalou bombas para retirar a água, uma medida que, segundo Levine, só funcionará pelos próximos 40 anos, quando o nível do mar ficará maior que as barreiras novamente.
O cenário pareceu preocupante? Imagine então a situação dos moradores de Kiribati, país da Oceania que está literalmente sumindo do mapa. O ex-presidente Anote Tong conta para DiCaprio que precisou comprar uma parte do território de Fiji para dar como opção para os moradores que estão perdendo suas casas para o mar.
O que você e um vencedor do Oscar podem fazer sobre isso?
Além das medidas mais conhecidas, como ajustar sua dieta e frear o consumo, o filme deixa claro que é preciso entender o seu poder nas urnas. Com a aproximação das eleições presidências americanas, que acontecem dia 8 de novembro, o longa mostra que é preciso votar em pessoas que pensem em um futuro renovável.
DiCaprio explica como empresas de combustíveis fósseis financiam congressistas e acabam influenciando no bloqueio de propostas legislativas que podiam impulsionar para um caminho verde.
Todos os entrevistados, afirmam que existem movimentos políticos importantes, como o Acordo de Paris, mas que é necessário adotar medidas pontuais urgentes e não confiar apenas nas promessas dos países.
Uma das soluções sugeridas é taxar as emissões de carbono no mundo. Segundo cientistas, é preciso ter um imposto de acordo com o valor de carbono emitido na produção do produto. A medida irá "empurrar" a população no caminho do consumo consciente e fará com que todos comecem a ter noção de quanto de carbono é usado em cada compra.
Assim que a população tiver consciência, ela começa a cobrar os governantes. E é preciso cobrar antes que as consequências nos afetem diretamente para evitar os danos. Não precisamos esperar que a situação fique grave como na China, que a população só foi as ruas questionar as indústrias e o governo quando a qualidade do ar já era tão ruim que dificultava até andar pelas ruas. A hora é agora, pois na verdade já estamos atrasados.
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