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Onyx se irrita e diz para Noruega aprender com Brasil sobre desmatamento

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

12/11/2018 19h57

Ao ser questionado sobre quem vai comandar o Ministério do Meio Ambiente, o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), anunciado como futuro ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro, discutiu com jornalistas no fim da tarde desta segunda-feira (12).

Sobre a indicação ao cargo, ele respondeu: "Estamos debruçados, existem vários nomes, amanhã vamos conversar. Já temos uma linha".

O nome da atriz Maitê Proença chegou a ser cogitado para o posto, segundo o colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo.

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Lorenzoni disse que Bolsonaro "vai receber um pré-estudo sobre uma série de questões que há no Brasil". "Vocês lembram que ele mesmo falou na semana passada dos tais dos R$ 14 bilhões de multa. As ONGs nacionais e internacionais levam 40% desse dinheiro. Há agora R$ 1 bilhão que vai ser destinado a algumas ONGs brasileiras e internacionais. Então a gente está muito preocupado com isso. Porque, se a gente for olhar tecnicamente --isso ele vai ver amanhã--, a média de conservação dos países que têm território semelhante ao nosso, das suas matas, é de 10%. O Brasil tem 31% de preservação das suas matas."

Ele foi então perguntado se a meta seria reduzida para 10%: "Claro que não, né, amigo? Seria uma irresponsabilidade escrever ou falar isso. Porque, primeiro, nós vamos preservar o Brasil. Agora, com altivez. Não dá para vir a ONG da Noruega ou lá da Holanda e vir aqui dizer o que é que a gente tem que fazer".

Em dezembro do ano passado, o Fundo Amazônia, criado em 2008 para captar investimentos para ações de conservação do bioma, recebeu uma doação de R$ 139,3 milhões do governo norueguês e uma de R$ 139,3 milhões do Banco de Desenvolvimento da Alemanha. As verbas recebidas são geridas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e aplicadas na restauração de áreas desmatadas.

As doações vieram alguns meses após uma crise política entre os governos do Brasil e da Noruega. No final de junho do ano passado, receoso com o aumento do desmatamento na floreta amazônica (que atingiu 8.000 km² em 2016, pior número desde 2008), o governo norueguês anunciou um corte nos investimentos no Fundo Amazônia.

Brasil e Noruega firmaram um acordo em 2009 para que o país europeu fosse um dos principais doadores do Fundo Amazônia. Até 2017, foram contabilizados mais de US$ 1,1 bilhão em doações. O acordo diz, entretanto, que os aportes são condicionados à redução de gases do efeito estufa e do desmatamento.

Irônico, comparou as atuações dos países em relação à preservação do meio ambiente. "O que nós fizemos não vale nada, o que vale é a Noruega. E a floresta norueguesa, quanto eles preservaram? Só uma coisa importante que tem que ser lembrada: o Brasil preservou a Europa inteira territorialmente, toda a União Europeia, com as nossas matas, mais cinco Noruegas. Os noruegueses têm que aprender com os brasileiros, e não a gente aprender com eles."

Após a resposta irritada, encerrou a entrevista coletiva, dando as costas para as pessoas presentes e deixando o local.