PGR vê suspeita de "ação orquestrada" em incêndios na Amazônia
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou que o Ministério Público investiga suspeitas de que tenha havido uma ação planejada para realizar incêndios criminosos na floresta amazônica. A afirmação foi feita ao fim de uma reunião na sede da PGR em Brasília, com procuradores da força-tarefa Amazônia e membros dos Ministérios Públicos de estados na região do bioma.
Um dos casos sob investigação é o do chamado "dia do fogo", uma convocação para fazer queimadas na Amazônia. Segundo a revista Globo Rural, essa convocação foi feita por meio de aplicativos de mensagens usados por agricultores e grileiros da região de Altamira (PA).
"Há suspeita de ação orquestrada, há suspeita de uma atuação que foi longamente cultivada para chegar a esse resultado. E o que nós percebemos da conversa de hoje é que há sinais disso, há elementos que justificam a abertura de inquéritos para investigar e punir os infratores", afirmou a procuradora-geral.
Segundo Dodge, ficou decidido que as queimadas vão ser investigadas de forma coordenada pelos diferentes ramos do Ministério Público.
"Como resultado da reunião de hoje, estou requisitando a instauração de inquérito para promover a persecução penal daqueles que incentivaram que queimadas fossem adotadas em terras federais e em terras de unidade de conservação federal ao longo da floresta", disse a procuradora.
"O que nós queremos é sincronizar a atuação do Ministério Público brasileiro para que as queimadas e os incêndios cessem e para que os infratores, aqueles que estão cometendo esses gravíssimos crimes de por fogo na floresta sejam identificados e punidos", afirmou Dodge.
PF também abriu investigação
A Polícia Federal (PF) abriu inquérito hoje para apurar o chamado "Dia do Fogo" na região de Altamira (PA). A investigação vai apurar eventuais incêndios criminosos na região. Hoje, um grupo de cerca de 25 agentes, delegados e peritos decolou de Brasília com destino a região Norte. Eles devem chegar esta tarde à primeira base de ação do grupo.
A ideia é investigar o caso de Altamira, mas também outras suspeitas de incêndios criminosos na Amazônia. Além da equipe da capital federal, a PF informou que "todo o efetivo" da Amazônia Legal esta "mobilizado" e ajudando nas investigações de queimadas.
Em outra frente de investigação, a Polícia Civil do Pará informou que uma apuração "preliminar" feita pela corporação não comprovou nenhuma articulação para o chamado "Dia do fogo". A pedido do Ministério Público estadual, o delegado Daniel Mattos Mathias, de Novo Progresso (PA), tomou o depoimento do presidente do Sindicato dos Produtores Rurais da cidade, um coordenador de assentamento na região e um jornalista responsável pela reportagem sobre o caso.
"Com base nas oitivas e diligências [atos de investigação, como buscas por provas e fotografias do local, por exemplo] realizadas, não ficou comprovada a articulação para provocar uma onda de queimadas ao longo da rodovia federal, a BR 163", concluiu a Polícia Civil, em nota distribuída nesta segunda-feira (26). A assessoria da polícia disse que o resultado dos depoimentos e das "demais diligências", que não foram reveladas, foi comunicado ao Ministério Público.
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