PF retoma terra invadida em floresta e manda destruir maquinário em RO
A PF (Polícia Federal) deflagrou hoje uma operação para desarticular uma organização criminosa que ocupou ilegalmente uma área de conservação ambiental em Rondônia, se apossando e desmatando uma área aproximada de 500 hectares. A reintegração de posse para União também está sendo realizada.
A operação Bom Futuro cumpriu quatro mandados de prisão preventiva e outros de busca e apreensão, todos expedidos pela 5ª Vara da Justiça Federal, de Porto Velho. Na decisão, a Justiça decretou o bloqueio e sequestro de bens dos investigados e autorizou a destruição de máquinas e equipamentos encontrados em "locais proibidos, quando a medida for necessária para evitar o uso indevido ou diante da impossibilidade de guarda e transporte."
A investigação começou em novembro de 2018 para averiguar a ação ilegal da área no interior da Floresta Nacional do Bom Futuro.
A operação ocorreu após seguidas prisões de invasores pelos órgãos de fiscalização. Durante as investigações, a PF identificou os líderes do grupo, que cadastraram famílias e recolhiam mensalidades de quem invadia o local. O dinheiro era usado para demarcação dos lotes e por toda degradação ambiental, além da contratação de advogados para a defesa de presos durante as fiscalizações.
A ação foi ajuizada pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). A reintegração de posse está sendo efetivada em uma ação conjunta da Polícia Militar e Bombeiros de Rondônia, além de PF, ICMBio e Ministério Público Federal, com apoio logístico do Exército. Mais de 200 agentes públicos participam da ação.
Área ocupada em 2013
A área ocupada foi invadida em 2013. "Diante da gravidade da situação, foi deflagrada uma grande operação de retomada da área, oportunidade em que foram conduzidos mais de 10 invasores, apreendidas 18 motocicletas e destruídos os acampamentos. Como represália, os invasores destruíram todas as pontes, isolando os servidores públicos, incendiaram um caminhão do ICMBio, colocando em risco a vida dos policiais militares que tentavam proteger o patrimônio público", informou a PF.
Os investigados responderão pelos crimes de estelionato, incitação ao crime, associação criminosa, invasão de terras públicas, dano à unidade de conservação e desmatamento ou degradação de floresta em terra pública. As penas máximas ultrapassam 30 anos de prisão.
Os presos, após interrogados, serão encaminhados para o sistema prisional estadual em Porto Velho, onde permanecerão à disposição da Justiça Federal.
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