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Fardo de galões de plástico é encontrado durante limpeza de óleo em Aracaju

Fardo de galões de plástico é encontrado em praia de Aracaju - Divulgação/Adema
Fardo de galões de plástico é encontrado em praia de Aracaju Imagem: Divulgação/Adema

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

10/10/2019 17h03

Resumo da notícia

  • Um fardo de galões de plástico foi encontrado em Aracaju.
  • Os galões foram encontrados por uma equipe de limpeza que retira as manchas de óleos na região.
  • O fardo é composto por 15 galões amarrados a uma rede.
  • Todos os galões, com a frase "cinq litres", em francês, não tem substância dentro.

Um fardo de galões de plástico foi encontrado na praia da Aruana, em Aracaju, na manhã de ontem, por equipes que fazem a limpeza do litoral retirando manchas de óleo, que atingem o Nordeste há um mês. O equipamento foi recolhido e levado para análise na Adema (Administração Estadual do Meio Ambiente).

Até agora, não se sabe a origem e o responsável pelo derramamento de óleo no Nordeste, que é considerado o maior acidente ambiental em extensão do país. São 2.100km de manchas oleosas que atingem da Bahia ao Maranhão.

O Ibama atualizou o número de locais afetados pelo petróleo no Nordeste. Agora, já são 62 municípios e 138 praias afetadas. Dezoito animais encontrados oleados, sendo 17 tartarugas marinhas e uma ave. Onze animais morreram - dez tartarugas e a ave chamada bobo-pequeno (Puffinus puffinus).

O fardo é composto por 15 galões amarrados a uma estrutura feita em rede. Não há nenhuma substância dentro dos vasilhames. Neles, há a escrita em francês "cinq litres".

Segundo a Adema, ainda não é possível saber se o fardo tem relação com o derramamento de óleo ou se trata de lixo jogado no mar trazido pelas correntes marinhas.


Início das manchas no Nordeste

Passado um mês das primeiras manchas encontradas em Pernambuco, autoridades não conseguiram detectar ainda a origem do óleo que vem poluindo a costa do Nordeste. Até agora, sabe-se que as manchas são causadas pelo mesmo material.

As primeiras manchas surgiram no litoral de Pernambuco, no início de setembro. Depois, material semelhante foi encontrado na Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte e se espalhando para o Ceará, Piauí e Maranhão. Por fim, o material chegou ao estado da Bahia no último dia 3. O número de praias afetadas pelas manchas de petróleo vem aumentando com o passar dos dias.

O governo de Sergipe decretou estado de emergência nos municípios atingidos pelo óleo. As medidas tomadas foram tomadas por conta do surgimento de extensa mancha de óleo na praia dos Artistas, em Coroa do Meio. A praia foi interditada devido à presença do material, que é tóxico. Segundo a Adema, esta é a maior concentração da substância já encontrada nos nove estados nordestinos afetados pelo derramamento de petróleo cru desde o mês passado.

Manchas de óleo atingiram a foz do Rio São Francisco, em Alagoas. A substância fixou a 150 metros do rio e causa preocupação, pois a água do rio é utilizada para consumo humano.

A Petrobras afirma que o material trata-se de petróleo cru e que não é compatível com substratos extraídos no Brasil. Até agora, análises laboratoriais não conseguiram identificar a origem da substância e tentam cruzar dados com material genético de outros países.

A fauna marinha está sofrendo com a poluição do petróleo cru encontrado no litoral de todos os estados do Nordeste brasileiro. A maioria dos animais encontrados oleados veio a óbito, segundo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis)