Mancha gigante de óleo surge em praia de AL e ameaça santuário de peixe-boi
Resumo da notícia
- Alagoas tem a maior mancha desde o início dos vazamentos de óleo
- Material se espalha por 200 metros de extensão
- Aparição pode ser indício de que há óleo jorrando em algum ponto do mar
- Ainda não se sabe origem do petróleo
Uma extensa mancha de óleo surgiu entre a noite de ontem e a madrugada de hoje, com uma faixa de praia de aproximadamente 200 metros atingida em Japaratinga, litoral norte de Alagoas. Um sobrevoo feito pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) revelou que há também vários pontos da praia com o material, inclusive próximo ao santuário do peixe-boi, em Porto de Pedras.
Segundo o chefe da Divisão Técnico-Ambiental do Ibama em Alagoas, Rivaldo Couto dos Santos Júnior, a mancha é a maior que surgiu no litoral alagoano desde o início da crise ambiental, no início de setembro.
"Estamos na maré baixa e grande parte do município de Japaratinga está manchado. Essa maior mancha deve ter uns 200 metros de extensão. Já estamos removendo, com várias pessoas ajudando, carregadeiras, caçambas. Vamos fazer o recolhimento", disse.
As novas manchas também atingiram o município vizinho de Porto de Pedras, onde há um santuário do peixe-boi, espécie ameaçada de extinção. No local há um projeto de conservação para proteção do animal marinho.
O Instituto Biota informou que técnicos da ONG foram até o local para calcular o dano e analisar os prejuízos possíveis ao local da espécie protegida.
Estuário aparentemente a salvo
De acordo com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que participou do sobrevoo sobre o litoral de Alagoas, "aparentemente o estuário do peixe-boi não foi atingido, mas as praias do entorno foram".
Ele afirmou ainda que a região já está sendo limpa.
Segundo o mais recente balanço do Ibama, até ontem havia o registro de 167 praias contaminadas, em 72 municípios do Nordeste.
As manchas de petróleo têm aparecimento concentrado no norte da Bahia e no norte de Alagoas —com uma distância superior a 300 km entre os pontos dos novos surgimentos. Ontem, além da Alagoas, vestígios do óleo foram achados também em Jandaíra, no litoral norte baiano.
A força-tarefa federal enviou nota ontem à tarde informando que não havia registros de novos aparecimentos em um período de 24 horas, mas a situação mudou de forma brusca mais uma vez.
Para o oceanógrafo Flávio Lima, da UERN (Universidade Estadual do Rio Grande do Norte), há duas hipóteses para explicar o "retorno" do óleo a áreas que já tinham sido afetadas.
"Uma suspeita é que a fonte do óleo não cessou e estaria continuando a jorrar. Ou pode ser uma movimentação recludente das correntes oceânicas. Então o material pode estar sob efeito dessa movimentação, ou seja, pelo ciclo voltou a ser incidente em áreas já afetadas", explica.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.