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Mourão explica queimadas e diz haver 'desinformação' sobre Amazônia

Vice-presidente pediu que as pessoas "não se deixem levar por narrativas tiradas da cartola" - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Vice-presidente pediu que as pessoas "não se deixem levar por narrativas tiradas da cartola" Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

19/09/2020 20h37Atualizada em 19/09/2020 20h39

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) voltou a defender o Brasil das acusações de que o país não é capaz de cuidar do seu patrimônio ambiental, em particular a Amazônia. Em um artigo publicado hoje nas redes sociais, o general pediu que as pessoas "não se deixem levar por narrativas tiradas da cartola, como o coelho daquele mágico".

"Somos a nação que tem a matriz energética mais limpa e a maior cobertura vegetal original, chegando ao admirável valor de 84% de área nativa preservada na Amazônia e mais de 60% se considerarmos todo o território nacional. Interesses econômicos e políticos à parte, também ocorre uma certa desinformação, que termina por ganhar força junto aos que jamais pisaram na Amazônia", escreveu.

Quanto às queimadas, Mourão disse que o Brasil não é o único país a sofrer com esse problema, especialmente no período da seca. Sem apresentar dados que comprovem sua posição, o general afirmou que os incêndios por aqui "não são padrão Califórnia [Estados Unidos] ou Austrália".

"As imagens [de satélite] acusam todos os focos de calor, o que não significa incêndio, pois qualquer área com temperatura acima de 47 ºC — uma fogueira, por exemplo — é assim identificada. Além disso, como consta no site do instituto [Inpe], é a comum a mesma queimada ser detectada por vários satélites. Os dados brutos também não distinguem as [queimadas] ilegais das legais", justificou.

O vice ainda argumentou que os fatores que levam a uma queimada não são matemáticos, uma vez que questões ambientais e humanas, segundo ele, influenciam "tanto a ignição como a propagação e contenção" dos incêndios. Para que as ilegalidades sejam combatidas e a informação produzida "seja a expressão da verdade", Mourão defendeu transparência nos dados.

Atualizados diariamente, os números do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) são públicos e acessíveis a toda a população. O instituto mantém um site específico sobre queimadas, onde é possível acompanhar o número de focos de incêndio identificados por mês e por ano, divididos por biomas, regiões e estados.

Em 2020, segundo o Inpe, foram identificados 69.527 focos de calor só na Amazônia, 13% a mais do que o registrado em todo o ano passado. O maior aumento foi observado no Pantanal, onde já foram detectados 15.894 focos — mais que o triplo do balanço de 2019 (5.285).

Governo "não compactua com ilegalidades"

Ao final do artigo, Mourão prometeu seguir adiante, "passo a passo", com foco no aperfeiçoamento dos métodos, das equipes e das políticas públicas para prevenção e combate às queimadas ilegais na Floresta Amazônica.

"O governo do presidente [Jair] Bolsonaro não compactua com ilegalidades e manterá os esforços constantes no sentido de que criminosos ambientais sejam enfrentados de acordo com a lei, pois respeito ao Estado de Direito é pilar básico do sistema democrático e da civilização ocidental, à qual temos orgulho de pertencer", concluiu.