ONGs pedem a Biden que EUA não negocie a 'portas fechadas' com Bolsonaro
Uma carta foi enviada ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinada por cerca de 200 organizações não governamentais pedindo transparência nas negociações ambientais dos EUA com o Brasil.
As ONGs apontam o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como inimigo da preservação da Amazônia e querem que o líder norte-americano cumpra as promessas feitas em seu discurso de posse, que envolveram, o combate ao racismo estrutural, a mudança climática e o papel dos EUA no mundo.
"Não é razoável esperar que as soluções para a Amazônia e seus povos venham de negociações feitas a portas fechadas com seu pior inimigo", diz um trecho da carta.
O documento também fala que a agenda ambiental do governo Bolsonaro ocorre longe "dos olhos da sociedade civil", e cita mentiras de Donald Trump replicadas pelo presidente do Brasil.
"Bolsonaro está promovendo a destruição da floresta amazônica e outros biomas, aumentando as emissões do Brasil. Compromete o Acordo de Paris ao retroceder na ambição da meta climática brasileira. Negacionista da pandemia, transformou seu país num berçário de variantes do coronavírus, condenando à morte parte da própria população", dizem as ONGs.
A carta reforça que nenhuma tratativa deve ser considerada pelos EUA antes da redução do desmatamento aos níveis exigidos pela legislação brasileira de clima e o fim da "agenda de retrocessos encaminhada pelo governo ao Congresso Nacional".
"Negociações que não respeitem tais pré-requisitos representam um endosso à tragédia humanitária e ao retrocesso ambiental e civilizatório imposto por Bolsonaro. A eleição de Joe Biden representou a vontade dos Estados Unidos de estar do lado certo da história. Fazer a coisa certa pelos brasileiros seria uma grande demonstração disso", finaliza o documento.
Desmatamento recorde da Amazônia
O desmatamento da Amazônia cresceu 30% em 2020 e bateu recorde dos últimos dez anos. Os dados foram levantados pelo Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia).
A instituição brasileira de pesquisa mostra que entre janeiro e dezembro do ano passado, a floresta perdeu 8.058 km² de área verde. O número é o maior dos últimos dez anos.
Houve ainda um aumento de 30% em comparação com 2019, quando foram derrubados 6.200 km².
No ranking dos estados que mais desmataram a Amazônia no ano passado, o Pará aparece em primeiro lugar, com 42% de todo o desmatamento registrado em doze meses.
Em seguida vem Amazonas (17,2%), Mato Grosso (13,4%), Rondônia (12,9%), Acre (8.5%), Maranhão (2,9%), Roraima (2,5%) e, por último, Amapá (0,3%) e Tocantins (0,3%).
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