Jornais internacionais repercutem operação da PF contra ministro Salles
A imprensa internacional repercutiu hoje operação da PF (Polícia Federal) que tem como alvos o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Eduardo Bim. A ação investiga crimes contra a administração pública.
O The Guardian ressaltou que a investigação da PF começou em janeiro após informações de "autoridades estrangeiras que sugerem a possível má conduta de funcionários brasileiros na exportação de madeira". O jornal britânico ainda diz que Salles é um dos principais aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"[A operação contra Salles] foi celebrada por ativistas que acusam o governo de direita de Jair Bolsonaro (sem partido) de desmantelar sistematicamente as proteções ambientais", diz um trecho da reportagem. O The Guardian relembra que, sob a gestão do governo Bolsonaro, o desmatamento na Amazônia atingiu o maior nível em 12 anos.
O conservador de 45 anos, que os críticos chamam de 'ministro anti-meio ambiente' do Brasil, é uma figura odiada entre os ativistas ambientais e um herói para alguns da extrema direita. Segundo relatos, Salles nunca havia visitado a Amazônia brasileira antes de ser nomeado ministro do Meio Ambiente logo após a eleição de Bolsonaro em 2018".
Trecho do jornal The Guardian
A Bloomberg também repercutiu a notícia, destacando que dez funcionários públicos que trabalhavam no Ministério do Meio Ambiente e no Ibama foram suspensos de seus cargos, assim como aconteceu com o presidente Bim.
O The Washington Post escreveu que a PF apura se "figuras-chaves do Ministério do Meio Ambiente facilitaram a exportação ilegal de madeira para os Estados Unidos e Europa".
O jornal também deu destaque a tentativa do governo brasileiro de se aproximar da gestão do presidente americano Joe Biden com promessas ambientais. No mês passado, durante a Cúpula dos Líderes sobre o Clima, o presidente Bolsonaro mudou o tom e disse que o Brasil está aberto à "cooperação internacional" na área ambiental e declarou que o país buscará atingir a neutralidade climática (reduzir a zero o balanço das emissões de carbono) até 2050.
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