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Mesmo com semana chuvosa, nível do Cantareira cai de novo e chega a 24,7%

Represa Jaguari, segunda maior do Sistema  Cantareira - LUIS MOURA/ESTADÃO CONTEÚDO
Represa Jaguari, segunda maior do Sistema Cantareira Imagem: LUIS MOURA/ESTADÃO CONTEÚDO

Lucas Borges Teixeira

Do UOL, em São Paulo

18/12/2021 04h00

O volume do Sistema Cantareira continua com pouco menos de um quarto da capacidade, mesmo após as chuvas da última semana em São Paulo. Segundo a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), o nível do reservatório estava em 24,7% na sexta-feira (17).

O nível representa uma queda de 0,2% em relação à sexta-feira da semana passada, quando o principal sistema de abastecimento da região metropolitana apresentava 24,9% — há um mês o índice era de 26,2%. A companhia descarta o risco de desabastecimento.

A média histórica de chuvas em dezembro é de 207,6 mm, mas só houve a precipitação de 75,9 mm até sexta. O sistema chegou a registrar 24,3%, na última quinta (16), mas melhorou após as chuvas do meio da semana. Ainda assim, o Cantareira segue como único dos sete reservatórios da Sabesp com nível em queda nos últimos sete dias.

Caso a situação das chuvas se mantenha como está — ou seja, 74% menor que a média —, o Cantareira chegará a abril, época de seca, ainda abaixo dos 30%. A projeção foi feita no dia 6 de dezembro pelo Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais),

No entanto, se forem alcançadas as médias históricas de dezembro e janeiro, a perspectiva para o outono muda. Neste caso, a expectativa é que o nível do reservatório chegue a 65% — bem semelhante ao de 2013, o ano pré-crise hídrica, que apresentava 63% na mesma data.

Sabesp descarta desabastecimento

Como na última semana, a Sabesp descartou o risco de desabastecimento e reafirmou que a projeção "aponta níveis satisfatórios dos reservatórios com as perspectivas de chuvas do final da primavera e início do verão, quando a situação será reavaliada". A companhia ressaltou, por outro lado, que é preciso fazer "uso consciente de água".

Atualmente, o Sistema Cantareira está em estado de restrição, o último antes de atingir o nível considerado crítico — o mais grave de todos.

O estado é considerado de atenção quando o nível fica entre 40% e 60%, de alerta quando está entre 30% e 40% e de restrição entre 20% e 30%. Segundo as regras da ANA (Agência Nacional de Águas), só é considerada a fase de restrição se o mês acaba abaixo de 30% da capacidade total. Abaixo de 20%, o nível é crítico.

Abastecimento

O Cantareira é o maior reservatório da rede paulista e abastece cerca de 7,5 milhões de pessoas todos os dias — 46% da população da Grande São Paulo —, segundo a ANA (Agência Nacional de Águas), o órgão que regula o setor. O sistema leva água para as zonas norte e central e parte das zonas leste e oeste da capital, além das cidades de Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Osasco, Carapicuíba e São Caetano do Sul.

O reservatório engloba, também, parte dos municípios de Guarulhos, Barueri, Taboão da Serra e Santo André. Fora o Cantareira, o sistema de abastecimento de água no estado conta com os sistemas Alto Tietê, Guarapiranga, Cotia, Rio Grande, Rio Claro e São Lourenço.

De acordo com a Sabesp, o sistema opera de forma integrada, o que "permite transferências rotineiras de água entre regiões, conforme a necessidade operacional". A companhia aponta ainda que conta com a "ampliação da infraestrutura e gestão da pressão noturna para maior redução de perdas na rede".

Veja o nível dos reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo, segundo a Sabesp

  • Alto Tietê: 38,2 (alta de 2,9% em relação à semana passada)
  • Guarapiranga: 55,6 (+4,7%)
  • Cotia: 37,5 (+1,6%)
  • Rio Grande: 84,5 (+2,3%)
  • Rio Claro: 52,1 (+6,1%)
  • São Lourenço: 73,7 (+2,2%)