COP27 considera fundo para compensar países afetados por mudança climática
A mais recente versão do rascunho da declaração final da COP 27 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas) traz a possibilidade de criação de um fundo para compensar países em desenvolvimento afetados pelas mudanças climáticas.
A proposta —que precisa ser aprovada por representantes de aproximadamente 200 países— segue a linha das "perdas e danos", segundo a qual países desenvolvidos, que historicamente são os grandes responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa, devem reparar os prejuízos causados às demais nações por conta dos efeitos do aquecimento global.
Essa pauta é defendida em especial por nações insulares da Oceania e do Caribe, que correm o risco de desaparecerem por conta da elevação do nível do mar em todo o planeta.
Em pronunciamento feito na manhã de hoje (19), o presidente da COP 27, Sameh Shoukry, afirmou que países desenvolvidos e em desenvolvimento precisam buscar consensos para destravar as negociações na conferência.
"A questão agora depende da vontade das partes. São as partes que devem estar à altura da ocasião e assumir a responsabilidade de encontrar as áreas de convergência", disse Shoukry.
De acordo com a agência de notícias Reuters, a União Europeia cedeu e anunciou na última quinta-feira (17) que apoiaria a criação de um fundo nesses moldes desde que países emergentes com altas emissões de carbono, como a China, também ajudassem a custear a nova iniciativa de financiamento — e não só os países desenvolvidos considerados emissores históricos, como os integrantes do bloco e os Estados Unidos.
Ao longo dos últimos anos, os países desenvolvidos vinham resistindo a se comprometer com iniciativas de compensação aos países vulneráveis por suas perdas e danos.
Apesar dos avanços no sentido da criação do fundo, o rascunho da COP 27 adia várias decisões controversas sobre ele para o ano que vem, quando um "comitê de transição" faria recomendações a serem adotadas pelos países na cúpula do clima COP28 em novembro de 2023, nos Emirados Árabes Unidos.
Entre essas recomendações, está a diretriz de "identificar e expandir fontes de financiamento" - referindo-se à questão controversa de quais países deveriam contribuir para o novo fundo.
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