Após Roda Viva, Bolsonaro critica insistência em debate sobre "ditadura"
Do UOL, em Brasília
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Aloisio Mauricio/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Em sua primeira manifestação depois de participar do programa Roda Viva, da TV Cultura, o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, criticou nesta terça-feira (30) a insistência no debate sobre a ditadura, escrevendo a palavra entre aspas.
Na mensagem publicada em sua página no Twitter, o deputado federal pelo Rio de Janeiro disse que "o povo está sofrendo com mais de 14 milhões de desempregados, com mais de 60 mil homicídios por ano, com mais de 50 mil mulheres estupradas".
"É disso que o povo quer saber. Eu vencendo, é daqui pra frente!", declarou o presidenciável, que foi sabatinado em rede nacional na noite desta segunda (30).
Enquanto insistem em falar de "ditadura", o povo está sofrendo com mais de 14 milhões de desempregados, com mais de 60 mil homicídios por ano, com mais de 50 mil mulheres estupradas. É disso que o povo quer saber. Eu vencendo, é daqui pra frente!
— Jair Bolsonaro (@jairbolsonaro) 31 de julho de 2018
Durante a entrevista, Bolsonaro foi questionado diversas vezes sobre a ditadura militar que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985. O candidato, que é capitão da reserva do Exército e defensor dos governos militares, disse no programa que "não houve golpe" na ocasião.
Ele disse ainda que, se for eleito, não abrirá os arquivos da ditadura brasileira e que o assunto "deve ficar no passado". "Não tem o que saber", disse Bolsonaro.
O deputado federal afirmou ainda que os acontecimentos da época da ditadura são "uma ferida que tem que ser cicatrizada" e que desconhece a existência de arquivos das forças militares. "Os papéis com certeza já sumiram", comentou.
A crítica de Bolsonaro à insistência ecoa reações de aliados após o programa. Coordenador do plano de governo de Bolsonaro, o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) disse ao UOL que o presidenciável "foi submetido a um pelotão de fuzilamento ideológico, sem propósito".
"O único objetivo [dos jornalistas] era fazer um revisionismo desnecessário nesse momento para o país", declarou o parlamentar, em referência às recorrentes perguntas sobre a ditadura militar.
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