Filho de Bolsonaro retoma campanha na rua e herda lado "pop" do pai

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

  • Hanrrikson de Andrade/UOL

    Flávio Bolsonaro (PSL) cumpriu agenda de campanha nesta quarta-feira (26), no Rio

    Flávio Bolsonaro (PSL) cumpriu agenda de campanha nesta quarta-feira (26), no Rio

Filho de Jair Bolsonaro (PSL) e concorrente ao Senado pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro (PSL) realizou atividade de campanha nesta quarta-feira (26), e nos moldes das agendas do pai, foi festejado por eleitores e militantes que o aguardavam na praça Saens Peña, na Tijuca, zona norte carioca.

O lado 'pop' do capitão reformado, que costuma ser recebido aos gritos de "mito" nos aeroportos e tem presença massiva nas redes sociais, impulsionou a agenda de Flávio, que divulgou a atividade em suas redes sociais no dia anterior. O pai está fora de combate devido ao ataque sofrido em Juiz de Fora, em 6 de setembro.

"Ele está aqui representando o pai dele. Ele e o Bolsonaro são um só nesse momento", comentou uma eleitora que, avessa à imprensa, pediu para não ter seu nome divulgado. "A família Bolsonaro me representa."

Flávio, que é deputado estadual no Rio e tem mais de 480 mil seguidores no Twitter, não só cumpriu o ritual do corpo a corpo eleitoral ao entregar santinhos e adesivos, mas também distribuiu autógrafos e tirou fotos com dezenas de pessoas.

Eleitores fazem fila para tirar foto com Flávio Bolsonaro

Na vã tentativa de organizar a multidão, assessores do candidato pediram que o público formasse uma fila.

O parlamentar retomou as agendas de rua há pouco mais de uma semana. Considerado um dos articuladores da campanha do pai no Rio, Flávio precisou fazer uma pausa na corrida pelo Senado devido à recuperação do pai, que segue internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo.

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Nos bastidores do PSL, comenta-se que o próprio Jair Bolsonaro delegou aos filhos --além de Flávio, Carlos Bolsonaro (PSL), vereador no Rio, e Eduardo Bolsonaro (PSL), que tenta a reeleição como deputado federal por SP-- a missão de manter viva a imagem do presidenciável na internet. Com apenas oito segundos de propaganda na TV e no rádio, o candidato tem nas redes sociais a sua principal plataforma de diálogo com o eleitorado.

Bolsonaro se recupera bem da facada desferida contra ele por Adélio Bispo de Oliveira, homem que assumiu a autoria do crime, e tem previsão de alta hospitalar para a próxima sexta-feira (28). O último boletim mostra que ele continua em "boa evolução clínica, sem dor ou sinais de infecção".

Autógrafos

O candidato foi abordado por eleitores que pediam que ele autografasse a biografia de Bolsonaro. Flávio é autor do livro, intitulado "Mito ou verdade - Jair Messias Bolsonaro".

Hanrrikson de Andrade/UOL
Bolsonaro autografa livro de sua autoria a pedido de eleitores

Apoiadores que se diziam "nascidos e criados na Tijuca", o tradicional bairro da zona norte onde está localizada a praça Saens Peña, também disputavam ombro a ombro um espaço próximo ao filho de Bolsonaro. Aos gritos de "Tijuca, Tijuca", eles demonstravam orgulho por receber o candidato ao Senado no bairro.

Durante a agenda, Flávio reafirmou críticas que o pai havia feito ao delegado da Polícia Federal Rodrigo Morais, que conduz o inquérito sobre o atentado. Segundo ele, o sentimento da família é de que há um "descaso por parte de quem está tocando a investigação".

Flávio também ironizou o fato de que as declarações de Bolsonaro incomodaram membros da PF, conforme noticiou a colunista Mônica Bergamo, da Folha. Ele mencionou uma notícia do site "O Antagonista", que publicou que Morais supostamente ocupou por dois anos cargo na gestão do governador mineiro Fernando Pimentel (PT), candidato à reeleição em 2018.

"Se tinha que gerar um mal-estar, é no governo Temer, né? Eles é que colocaram um delegado que foi assessor do PT para encabeçar o inquérito que está investigando a [tentativa de] morte do meu pai. Então ele vai ficar sob suspeita, é óbvio."

Mulher é hostilizada após gritar "Ele não" em agenda de filho de Bolsonaro

O pleiteante a senador disse acreditar que a Polícia Federal deveria "colocar um delegado isento" --em substituição a Morais--, que "não vai inventar provas e nem vai deixar de ir atrás de provas".

Acho que tinha que partir da Polícia Federal, imediatamente, colocar um delegado não que seja eleitor de Bolsonaro, mas um delegado isento. Que não vai inventar provas e nem vai deixar de ir atrás de provas. É o que a gente está sentindo. A família, e eu como filho estou dizendo isso, percebo que há um descaso por parte de quem está tocando essa investigação
Flávio Bolsonaro (PSL)

Na segunda-feira (24), na primeira entrevista em vídeo desde que foi esfaqueado, Jair Bolsonaro disse à rádio Jovem Pan que não havia gostado do teor de entrevistas do delegado Rodrigo Morais e que poderia estar em curso uma tentativa de "abafar o caso". Na visão dele, Adélio Bispo de Oliveira não agiu sozinho ao esfaqueá-lo durante atividade de campanha em Juiz de Fora, diferentemente do que afirma o responsável pelo inquérito.

A PF deve divulgar ainda nesta semana o desfecho da investigação. Um novo inquérito foi aberto para apurar a possibilidade de envolvimento de terceiros no crime.

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