Bolsonaro terá acompanhamento médico em casa até segunda-feira, diz médico
Luís Adorno
Do UOL, em São Paulo
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Patricia Araujo/Folhapress
Cirurgião Antonio Luiz de Vasconcelos Macedo, do hospital Albert Einstein
O candidato Jair Bolsonaro (PSL) se recupera em casa, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, desde 29 de setembro, quando recebeu alta do hospital Albert Einstein, em São Paulo. O presidenciável lidera as intenções de voto, de acordo com as pesquisas Ibope e Datafolha, divulgadas na véspera do primeiro turno.
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Hoje, ele votará em uma escola municipal, na Vila Militar. Mas, segundo o cirurgião Antonio Luiz de Vasconcelos Macedo, que acompanha Bolsonaro desde que foi internado no Einstein, em 7 de setembro, um enfermeiro, chamado Ângelo, vai continuar na casa do candidato, monitorando seu estado de saúde, até, pelo menos, segunda-feira (8).
"Por que ele não cansou na entrevista à Record? Pelo que eu expliquei a ele, se ele falar pouco tempo, bem baixo, sem se exaltar, não tem problema nenhum. Agora, se ele se exaltar, pode se prejudicar. Até segunda-feira, ele vai ficar em home care", afirmou o cirurgião do Einstein ao UOL.
Jair Bolsonaro deixou de ir ao debate entre presidenciáveis, na TV Globo, na noite da última quinta-feira (4), mas, no mesmo horário, ficou cerca de 25 minutos no ar pela Record TV, o que gerou crítica dos candidatos oponentes. Apesar de o programa ter durado 25 minutos no ar, a gravação durou pouco mais de duas horas.
Bolsonaro deixou de ir ao debate alegando restrição médica. No entanto, o cirurgião Antonio Luiz de Vasconcelos Macedo, que acompanha o estado de saúde do presidenciável desde que ele foi internado no hospital Albert Einstein, diz que houve uma recomendação para o candidato não ir, não uma proibição.
"Não é que nós proibimos o Bolsonaro de ir, nós contra-indicamos que ele fosse a um debate, porque ele poderia se exaltar, poderia ficar muito tempo de pé e desmaiar, se sentir mal etc", afirmou o cirurgião à reportagem.
O médico afirmou ter explicado ao candidato ser totalmente contra a ida dele ao debate. "Isso não era uma obrigatoriedade. Na realidade, clinicamente, não valeria a pena ele ir ao debate para se exaltar. Quando eu fiz a avaliação na quarta-feira, após 10 minutos, ele estava cansado e não conseguia falar e começava a tossir por causa de refluxo", explicou.
Macedo informou, no entanto, que deu orientações de como Bolsonaro poderia falar com visitantes e jornalistas, o que pode ter sido utilizado na entrevista da Record.
"É fácil de entender [o motivo de ter cedido entrevista, mas não ter ido ao debate]. Na entrevista para a Record, ele estava sentado, em casa, uma coisa mais simples. O debate da Globo obrigava ele a ficar mais tempo em pé, andando mais, se desgastando mais", complementou.
Um dos filhos do presidenciável, Flávio Bolsonaro, candidato a senador pelo PSL-RJ, afirmou que o pai está recebendo as visitas aos poucos. "Fala 15, 20 minutos e tem que parar de falar, vai para o canto, aí cansa. Está debilitado ainda, né? Mas está recuperando o aspecto dele normal", afirmou.
Um aliado de Bolsonaro, que integra a campanha, disse, em reservado, que Bolsonaro estava com a fisionomia um pouco debilitada, correndo o risco de passar uma imagem fragilizada para os eleitores.
Em um vídeo reproduzido ao vivo pelo Facebook, Bolsonaro afirmou, caso eleito, vai governar para todos, incluindo ateus e homossexuais. "Vamos fazer um governo para todo mundo, para os gays, inclusive, tem gay que é pai, tem gay que é mãe. É um trabalho para todos vocês", disse.
A expectativa de Bolsonaro e de sua campanha é de ganhar a eleição no primeiro turno. "Se você puder, entre hoje e amanhã, lutar para conseguir mais um voto, um voto, dá para ganhar no primeiro turno", disse.
Para médico, Ciro é "imbecil"
Ciro Gomes (PDT) afirmou na quarta-feira (3) que Bolsonaro usaria um "atestado médico falso" para alegar necessidade de repouso e não comparecer ao evento. "Eu quero dizer a você que eu vou tirar a sua máscara, Bolsonaro. Você não pode deixar de ir ao debate. Você está mentindo, e atestado médico falso é crime", disse.
O médico respondeu ao candidato nesta sexta. "Aquela besteira que aquele imbecil, candidato a presidente, falou, se eu quiser, eu meto um processo contra ele de danos morais e tiro um dinheirão dele, mas não é o meu caso, porque o que vem de baixo não me atinge", disse.
"O mundo inteiro me conhece, sabe que eu não passo atestado falso. Simplesmente, eu contra-indiquei a ida ao debate porque o candidato está muito cansado e, quando ele fala, ele cansa e passa a tossir", complementou.
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