Goulart declara apoio a Haddad e chama Bolsonaro de "filhote de ditadura"

Luiz Alberto Gomes

Do UOL, em São Paulo

  • Juliana Santos/Divulgação/Câmara de João Pessoa

O candidato à Presidência pelo PPL João Goulart Filho declarou em nota na tarde desta terça-feira (9) que vai apoiar a eleição de Fernando Haddad (PT) no segundo turno contra Jair Bolsonaro (PSL). Em nota, o candidato chamou o político do PSL de "filhote da ditadura" e "herdeiro golpista disfarçado de candidato dos militares". Já o PTB, que estava apoiando Geraldo Alckmin (PSDB), declarou voto em Bolsonaro.

Goulart Filho relembrou o golpe militar de 1964, que derrubou seu pai, o presidente João Goulart, e disse que "não poderia se omitir diante do grande risco que corre a nossa nação neste segundo turno" e, por isso, apoiaria Haddad. Apesar da declaração, ele ressaltou diferenças com o PT, mas que "jamais serão maiores que o risco de uma nova ditadura."

"Contra a ditadura, a opressão, ao ódio às minorias, ao homofobismo, ao direito dos povos autóctones, ao racismo e tantas outras propostas fascistas do candidato Bolsonaro, um herdeiro golpista disfarçado de candidato dos militares, venho-me colocar ao lado das forças populares, da união nacional pelos direitos humanos, pela resistência a todo tipo de violência e opressão que possam centralmente cair mais uma vez, como a grande noite negra de 21 anos produzidos pelo golpe de 1964 e que enterrou o sonho do projeto de nação, das reformas de base", afirmou Goulart.

O candidato do PPL foi o presidenciável menos votado no primeiro turno e recebeu o apoio de 30.176 eleitores, 0,03% do total. Antes de 2018, Goulart Filho havia se candidatado uma única vez, em 2010. Naquele ano, ele se lançou deputado distrital pelo PDT e ficou com uma vaga de suplente.

PTB vai de Bolsonaro

Coligado na chapa do presidenciável Geraldo Alckmin com mais oito partidos, o PTB declarou apoio em Bolsonaro. A decisão foi confirmada pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que é presidente nacional da sigla, no Twitter.

"Nós, do PTB, acreditamos que as propostas de Jair Bolsonaro visam um Brasil com mais empregos e melhoria de renda aos trabalhadores; com menos impostos e menos gastos públicos. Por isso decidimos: o 14 vai de 17", afirmou o político que é inimigo declarado do PT desde o escândalo do mensalão, denunciado por ele em 2005.

Jefferson disse que a decisão foi tomada após reunião da executiva nacional e que a aposta é "em um candidato que respeite nossos municípios e nossas crianças, proporcionando a elas educação de verdade e com qualidade. Por isso vamos de Jair Bolsonaro."

Partidos se posicionam para segundo turno

Além do PPL e PTB, outras siglas já declararam seus posicionamentos sobre os dois candidatos à Presidência. O PSOL pediu voto em Haddad "contra o fascismo e o golpe". Já o PP, partido da senadora Ana Amélia, vice na chapa de Alckmin, optou pela neutralidade para evitar divisões internas. O Novo, do presidenciável João Amoêdo, também escolheu a neutralidade, mas se disse "absolutamente contrário ao PT."

No primeiro turno da eleição, Bolsonaro e Haddad foram os mais votados para a Presidência e disputarão o segundo turno no dia 28 de outubro. O candidato do PSL recebeu 46% dos votos. Já o petista foi escolhido por 29% dos eleitores.

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