"A política mudou, o sistema é que continua envelhecido", diz Túlio Gadêlha
Olga Bagatini
Colaboração para o UOL
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Roberto Oliveira/UOL
Túlio Gadêlha (PDT) foi eleito deputado federal de Pernambuco
"A política mudou, o sistema é que continua envelhecido." Quem afirma isso é Túlio Gadêlha (PDT), eleito pela primeira vez deputado federal pelo estado de Pernambuco com 75.642 votos (1,75% dos votos válidos). Aos 30 anos, o político ganhou visibilidade nacional depois de assumir o namoro com a apresentadora Fátima Bernardes, da TV Globo, que foi a maior contribuinte individual da campanha, com R$ 5.000 mil doados.
Gadêlha garante ir na contramão dos métodos tradicionais de fazer política, com a "construção de um projeto diferente, coletivo, plural, aberto, com envolvimento das pessoas". Durante a campanha, o deputado afirma que centenas de voluntários se inscreveram em uma plataforma que tem como proposta um "mandato horizontal". "Foi assim que construímos nossa campanha: com causas, com lado, com coerência e, também, com o empoderamento e a conscientização política das pessoas."
Segundo ele, a representatividade foi desenvolvida ao longo dos anos e colocada em prática durante seu mandato por meio de propostas apresentadas com base em conversas com diversos movimentos e segmentos da sociedade.
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O político também afirma ter denunciado "os retrocessos do governo Temer, a ineficiência do legislativo e a crise de representação que vivemos com a predominância das oligarquias familiares que se revezam no poder em Pernambuco, há décadas".
Formado em direito, Gadêlha já havia concorrido a vereador em 2012 e ao Congresso nas eleições em 2014 — quando teve 3.495 votos (0,08% do total) e não se elegeu. Entre suas propostas está a construção de uma democracia mais participativa, que aproxime as pessoas comuns da política e envolva a população na tomada de decisões.
O deputado, que se considera de esquerda, começou a carreira política no movimento estudantil e foi presidente da Juventude Socialista do PDT/PE, partido ao qual é filiado desde 2007. Ele foi vice-presidente da Fundação Alberto Pasqualini, de estudos sociais e econômicos do PDT, e atuou como professor de geografia política e atualidades em um cursinho popular vinculado à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).