Filho, ex-mulher e ex-cunhada de Fernando Collor não se elegem em AL e SP
Jéssica Nascimento e Olga Bagatini
Colaboração para o UOL
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Reprodução/Facebook
Fernando James, filho de Fernando Collor, não conseguiu se eleger deputado federal em AL
As eleições de 2018 não trouxeram resultados positivos para candidatos que fazem ou já fizeram parte da família de Fernando Collor. Em Alagoas, Fernando James, filho do ex-presidente, não foi eleito deputado federal. No mesmo estado, Rosane Collor, ex-mulher do senador e que concorria ao cargo de deputada estadual, teve apenas 500 votos. Já em São Paulo, Thereza Collor, que ficou casada por oito anos com Pedro Collor, também não conseguiu se eleger deputada federal.
Fernando James foi mais um filho de político que tentou seguir os passos do pai, ex-presidente Fernando Collor de Mello, que sofreu impeachment em 1992, apesar de não ter usado o sobrenome do progenitor na campanha. Candidato do Partido Trabalhista Cristão (PTC) teve 16.250 votos (1,11% dos votos válidos) e não foi eleito. Ele foi o sétimo colocado de sua coligação, que elegeu quatro candidatos.
Esta é a segunda vez que um filho do senador é derrotado em uma disputa pela Câmara. Em 2002, seu filho mais velho Arnon Neto também foi derrotado.
Fernandinho, como é conhecido pelos Collor, é fruto de um relacionamento fora do casamento e só foi reconhecido pelo pai em 1998, aos 18 anos. Formado em jornalismo e administração de empresas, ele trabalha no jornal da família, a Gazeta de Alagoas, e já foi vereador de Rio Largo.
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Com propostas que passavam por questões sociais como segurança, saúde e educação, ele caminharia ao lado do pai, que chegou a se lançar candidato ao governo de Alagoas, em oposição ao governador Renan Filho (MDB), filho de Renan Calheiros. Em setembro, contudo, o ex-presidente desistiu da corrida alegando estar isolado, sem apoio dos partidos aliados, e foi substituído pelo delegado federal aposentado José Pinto de Luna (PROS).
Desde 2017, Fernando James já percorria o interior buscando apoio para uma eventual candidatura do irmão, Arnon de Mello Neto, à Câmara dos Deputados. Porém, Mello Neto preferiu não disputar a eleição para seguir no cargo de vice-presidente da NBA (liga de basquete norte-americana) na América Latina.
Thereza Collor
"Todos os dias temos a capacidade de mudar o Brasil. Basta acompanhar a política e cobrar dos eleitos. Não vou desistir desse sonho." O discurso é de Thereza Collor, de 55 anos, derrotada nas urnas após concorrer a deputada federal no estado de São Paulo pelo PSDB. Filha do político e usineiro João Lyra – considerado, no início da década, o parlamentar mais rico do Brasil –, ela ficou casada durante oito anos com Pedro Collor, irmão do ex-presidente. O casal ficou junto até 1994, ano em que o marido morreu devido a complicações de um câncer na cabeça.
Em 1992, foi uma denúncia de Pedro que levou ao impeachment do irmão. Em entrevista à revista "Veja", ele acusou o tesoureiro da campanha do ex-presidente, Paulo Cesar Farias – o PC Farias – de usar a amizade com Collor para enriquecer. Ele entregou um dossiê e apontou operações ilegais que envolviam os dois acusados, o que levou à deposição do primeiro presidente eleito por voto direto pelo povo desde 1960. Neste contexto, Thereza ficou conhecida como "musa do impeachment".
Empresária, historiadora, fotógrafa e colecionadora de arte, ela é moradora da capital paulista há 18 anos e casada hoje com o empresário da construção civil Gustavo Halbreich. Apesar de filiada ao PSDB há duas décadas, ela se lançou candidata apenas em 2018.
Em agosto deste ano, ela explicou ao UOL que decidiu se candidatar para enfrentar a "roubalheira" e o "escárnio com a população" trazidos à tona pela Operação Lava.