Marun declara voto em Bolsonaro por enxergar agenda semelhante à de Temer

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

  • Pedro Ladeira/Folhapress

    11.abr.2017 - Ministro Carlos Marun (MDB-MS)

    11.abr.2017 - Ministro Carlos Marun (MDB-MS)

O ministro da Secretaria de Governo, responsável pela articulação política do governo de Michel Temer (MDB), Carlos Marun (MDB), declarou nesta segunda-feira (15) que votará no presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno da eleição, no dia 28 de outubro, contra Fernando Haddad (PT). Marun argumentou que vê semelhanças entre as propostas de Bolsonaro e medidas do governo atual.

"Nesse momento, repito, vejo mais afinidade dos meus pensamentos em relação à pauta do Bolsonaro do que à pauta do Haddad. [...] É uma agenda mais liberalista, uma agenda que defende privatizações, é a verdade. Essa é a verdade. É uma agenda que defende a reforma trabalhista. Tem vários aspectos de sinergia conosco, com relação ao que é pleiteado pelo governo [Temer]", declarou.

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O ministro ressaltou ser uma opinião pessoal e não representar o posicionamento do governo federal. Outras razões que Marun apontou para o seu apoio a Bolsonaro incluem ter se posicionado a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), a defesa da redução da maioridade penal para 16 anos e a vontade de se promover uma reforma da Previdência Social.

Embora o ministro tenha dito discordar de Bolsonaro em relação à política externa e a "algumas colocações", ele preferiu não entrar em detalhes e brincou que isso é um papel para a oposição.

Questionado se a declaração dele poderia prejudicar Bolsonaro por causa da impopularidade de Michel Temer, Marun disse que está recomendando o voto no pesselista aos amigos e, neste círculo, não há problemas em se posicionar. Oficialmente, o MDB declarou neutralidade no segundo turno da corrida presidencial.

Deputado federal licenciado para comandar a Secretaria de Governo, o mandato de Marun termina em janeiro de 2019. Ele disse não pleitear nenhum cargo em um eventual governo Bolsonaro e disse que não foi convidado para tanto. Se fosse, falou, não aceitaria, pois precisa "refletir e descansar".

Independentemente do resultado das urnas, Marun falou que seu sucessor será tratado com o devido respeito e desejou que todos tenham êxito em seus trabalhos.

O governo de Michel Temer tem se preparado para fazer a transição da máquina pública ao próximo presidente da República. Uma força-tarefa começou a ser montada em escritórios do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) em Brasília, e o Palácio do Planalto prepara relatórios de diversas áreas do governo.

Questionado sobre a possibilidade de a reforma da Previdência ser votada ainda este ano, após o segundo turno, Marun afirmou que a matéria "dificilmente vai prosperar" em 2018 e que o Planalto não vai "insistir" nela.

Em 2010 e 2014, Marun não votou em Temer

Homem de confiança de Michel Temer, Carlos Marun revelou que não votou no seu chefe nas eleições de 2010 e de 2014. Na época, Temer era vice de Dilma. Por divergências regionais no Mato Grosso do Sul, segundo ele, votou em Marina Silva (Rede) no primeiro turno de 2014. No segundo turno, votou em Aécio Neves (PSDB), disse.

"Me pegaram!", falou rindo. Depois, ressaltou "ter votado muito no Temer" para a presidência do MDB, então PMDB.

Ele ainda disse já ter votado no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Serra (PSDB) e Geraldo Alckmin (PSDB), mas nunca em Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Sobre as eleições deste ano, disse não ter votado por estar em Brasília – seu domicílio eleitoral é no Mato Grosso do Sul –, mas que, se pudesse, teria votado em Henrique Meirelles (MDB).

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