Eleições 2018

• Apuração
• Raio-x
• Pesquisas
• Candidatos

No horário eleitoral desta segunda-feira (15), o candidato ao governo do Rio pelo PSC Wilson Witzel reproduziu uma gravação associando seu rival, Eduardo Paes (DEM), ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está preso por corrupção. Já Paes divulgou um vídeo onde o ex-juiz Witzel aparece ensinando técnicas para outros magistrados aumentarem suas gratificações usando recursos previstos em lei.

A campanha de Witzel também exibiu uma gravação de escuta telefônica feita pela Polícia Federal entre Paes e Lula que veio a público em 2016 durante investigações da operação Lava Jato. O ex-prefeito do Rio telefonou para o ex-presidente para falar da acusação do Ministério Público na qual Lula teria recebido irregularmente um sítio em Atibaia, no interior de São Paulo.

Na conversa, Paes diz para Lula parar com "essa vida de pobre", comprando "sitiozinho vagabundo". Em tom jocoso, ele também diz que se o sítio fosse no Rio, seria em Maricá. Em seguida ele faz comentários denegrindo o município fluminense.

Leia também:

• Witzel nega falcatrua em instrução de juízes para cúmulo de gratificação
• No RJ, Witzel associa Paes a Cabral, e ex-prefeito do Rio diz que não é réu

Além de sugerir associação entre Lula e Paes, a campanha do PSC disse que Paes demonstra desprezo com os pobres e diz que Witzel "vai limpar essa bagunça". Em programa anterior, a campanha do ex-juiz já havia associado o nome de Paes ao do ex-governador Sérgio Cabral, que está preso por envolvimento em diversos escândalos de corrupção.

Já a propaganda do DEM desta segunda-feira (15) trouxe um vídeo que veio a público no último fim de semana no qual Witzel aparece falando a uma plateia de magistrados. Ele ensina os colegas como fazer uma "engenharia" para receber mensalmente uma gratificação de R$ 4 mil prevista em situações específicas pela Lei Orgânica da Magistratura.

Witzel ensina aos juízes uma forma para afastar temporariamente um juiz substituto por um período de tempo de sua vara, para assim reproduzir as condições necessárias previstas em legislação do setor para o recebimento da gratificação. O DEM acusou Witzel de criar um "truque" para ganhar gratificações "indevidas" e, após a exibição do vídeo, trouxe depoimentos de eleitores repreendendo a atitude e falando que Witzel seria desonesto. 

A campanha do ex-prefeito do Rio também explorou a falta de experiência de Witzel na administração pública e fez uma comparação à suposta falta de experiência do atual prefeito, Marcelo Crivella (PRB). "Crivella e Witzel: qualquer semelhança não é mera coincidência", diz a narração do programa.

Witzel e Paes disputam o segundo turno da eleição para governador do Rio. No primeiro turno, Witzel teve 41,3% dos votos e Paes, 19,6%.