Máquina podre de corrupção está em jogo, não a democracia, afirma Bolsonaro

Gustavo Maia

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Reprodução/Facebook

    Hélio Lopes (PSL-RJ), conhecido como Hélio Negão, e Bolsonaro fazem live no Facebook

    Hélio Lopes (PSL-RJ), conhecido como Hélio Negão, e Bolsonaro fazem live no Facebook

Na última transmissão ao vivo pelo Facebook antes do segundo turno das eleições, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) usou a marca registrada de sua campanha para reforçar ataques ao PT, do adversário Fernando Haddad, e se apresentar como um candidato democrático.

"O que está em jogo não é a democracia não, o que está em jogo é a perpetuação dessa máquina podre que nós temos aí que vive de corrupção, para tirar de vocês o atendimento médico, a educação, a segurança", declarou Bolsonaro na live realizada no início da noite deste sábado (27), véspera da votação.

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Segundo Bolsonaro, o pleito deste ano é um "momento ímpar". "Só teremos duas direções, ou para a direita ou para a esquerda. Imagina o PT voltando. Fica complicado sonharmos com um país democrático, um Brasil livre, livre de preconceitos", afirmou.

Ele voltou a pedir empenho dos apoiadores na reta final, como tem feito pelas redes sociais desde quarta (24). "As eleições não estão ganhas. Nós temos que lutar", declarou.

Pesquisas Ibope e Datafolha divulgadas neste sábado mostram Bolsonaro na frente de Haddad.

Apoio de Barbosa a Haddad

No início da fala, Bolsonaro disse que se "surpreendeu" com o apoio do ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa a Haddad, declarado neste sábado. 

"A gente fica sem entender", comentou, acrescentando que o ex-ministro fez "um excelente trabalho no STF" e colocou petistas na cadeia, como José Dirceu e José Genoíno. "Agora ele declara apoio a Haddad, do PT? A gente sabe que, porventura, o PT voltar um dia essa turma toda José Dirceu, Genoino entre tantos outros todos voltarão e aquele esquema que foi desmantelado lá atrás por Joaquim Barbosa volta a ocupar o centro da política brasileira", afirmou.

"Evolução"

Bolsonaro externou ainda desejo de acabar "com essa história entre brancos e negros" e disse buscar a "evolução". No momento da fala, o candidato estava ao lado do subtenente do Exército Hélio Lopes (PSL-RJ), também conhecido como Hélio Negão ou pelo nome de urna Hélio Bolsonaro, deputado federal eleito com a maior votação do estado.

"Queremos acabar com essa história entre brancos e negros. Ele não vai ser branco nunca, eu não vou ser negro nunca. Vamos ser felizes! Quem disse que eu sou mais feliz que ele, ou ele mais feliz que eu? Temos as nossas vidas, poxa. Eu busquei evoluir. Viemos do meio militar", disse Bolsonaro, acusado de ser racista após declarações que causaram polêmica antes e durante a campanha.

Fascismo

Acusado de representar um projeto fascista pelos opositores, ele rebateu dizendo "quem combateu não só o nazismo, bem como o fascismo na 2ª Guerra [Mundial] foi o nosso soldado, o nosso expedicionário". Bolsonaro é capitão reformado do Exército.

"Nós combatemos o fascismo, diferentemente dessa minoria que defende o PT, que é fascista porque é Estado. Não é que se equivocam, mentem, e tentam jogar para cima de mim a responsabilidade que não é minha, é deles", afirmou.

Universidades

Bolsonaro também comentou as decisões judiciais sobre propaganda eleitoral dentro de universidades, que foram contestadas no meio jurídico.

Segundo o presidenciável, a maioria dos universitários "do bem" e "da paz", mas a minoria, "que é ativista e vai para violência", prega mentiras contra ele.

"Universidade botou lá faixas as mais variadas: ele não, não ao fascismo; livro sim, arma não. Agora, se uma pessoa nossa qualquer quisesse colocar uma faixa lá: 'corrupção nunca mais; abaixo Maduro', pronto, não teria oportunidade e, com toda certeza, seria escorraçado e agredido violentamente", declarou.

"A universidade não é lugar disso mas, se querem fazer um ato desse, os dois lados têm que ter o direito de fazer", complementou Bolsonaro.

Toma lá, dá cá

O candidato do PSL negou que caso seja eleito não terá governabilidade se não "trocar ministérios com parlamentares", mencionando o artigo da Constituição que determina como crime de responsabilidade do presidente da República atentar contra o livre exercício do poder legislativo.

"A partir do momento em que um presidente da República, no caso do mensalão, compra parlamentares para votar de acordo com o seu interesse, esse presidente está interferindo no livre exercício do poder Legislativo. Se qualquer presidente distribua ministérios, estatais ou diretorias de banco para conseguir apoio dentro do parlamento está infringindo o artigo 85 inciso 2 da Constituição", explicou.

Segundo o presidenciável, sua promessa de campanha de que não aceitaria o "toma lá, dá cá" foi baseada no texto constitucional. "Por isso que sou escravo da Constituição. A Constituição é a maior defesa que eu posso ter para o meu mandato. Jamais eu vou querer uma manobra Constituinte. Pontualmente, se achar que tem algo a ser mudado, a gente apresenta uma proposta e o Parlamento decide se muda ou não. O que devemos é aperfeiçoar."

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