Haddad: Barbosa falou o que 'alguns têm medo de dizer' sobre Bolsonaro
Nathan Lopes
Do UOL, em São Paulo
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Nelson Antoine/Folhapress
Fernando Haddad, realiza uma carreta em Heliópolis, zona sul de São Paulo
O presidenciável Fernando Haddad (PT) agradeceu neste sábado (27), durante o último dia de campanha antes do segundo turno contra Jair Bolsonaro (PSL), o apoio recebido do ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa.
"Pela primeira vez em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo. Por isso, votarei em Fernando Haddad", escreveu Barbosa na manhã deste sábado no Twitter.
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Haddad disse ter recebido "com honra" o apoio de Barbosa, quando conversou com jornalistas nas ruas da favela de Heliópolis, uma das maiores comunidades em São Paulo, na zona sul da capital.
"O que o Joaquim Barbosa falou é o que todo mundo sabe e alguns têm medo de dizer. Infelizmente nem todo mundo tem a coragem de admitir o risco que ele realmente representa para o país", declarou Haddad.
"É um apoio muito significativo. Ele tem uma representação muito forte e representa valores dos quais eu compartilho. Aguardei esse momento e estou celebrando esse apoio, que é muito representativo do risco que o Brasil está vivendo", acrescentou o petista.
"Queria agradecer aos milhões de cidadãos e cidadãs que hoje estão nas ruas para evitar o pior. A volta do fascismo, da ditadura, da cultura da tortura, do estupro, nas ruas do Brasil. Acho importante que a população esteja tomando consciência do grande salto no escuro que é a candidatura Bolsonaro, que nunca teve compromissos com as instituições. Nas últimas semanas estão querendo 'adocicá-lo', fazendo-o parecer o que ele não é. Ele é uma pessoa truculenta e perigosa", disse Haddad.
Votar é fazer uma escolha racional. Eu, por exemplo, sopesei os aspectos positivos e os negativos dos dois candidatos que restam na disputa. Pela primeira vez em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo. Por isso, votarei em Fernando Haddad.
— Joaquim Barbosa (@joaquimboficial) October 27, 2018
Apoio de Ciro
Questionado sobre a possibilidade de um apoio contundente de Ciro Gomes (PDT) antes do dia de votação, Haddad desconversou, disse que "Joaquim Barbosa é a grande notícia do dia" e atacou novamente Bolsonaro.
"Vocês [jornalistas] querendo transformar notícia boa em notícia ruim só colabora para a desgraça desse país. Vamos defender a democracia, os democratas estão se unindo. Vocês têm que falar com seus editores para parar de fazer de conta que não está acontecendo nada no país. Leva ao conhecimento da Folha, Globo, Estadão, Record", disse o candidato aos repórteres.
"Estamos vendendo gato por lebre, vendendo um sujeito truculento como uma pessoa da paz, razoável. Bolsonaro não é razoável. Olha o que aconteceu com as universidades públicas na última semana, a truculência contra professores", concluiu.
Após falar com os jornalistas, Haddad começou uma carreata pelas ruas de Heliópolis. Ele estava acompanhado da mulher, Ana Estela, e de políticos como a deputada federal Luiza Erundina (PSOL), o vereador paulistano Eduardo Suplicy e o deputado federal Paulo Teixeira, ambos do PT. No caminho, os militantes gritavam "o professor chegou".
Dos políticos presentes, Erundina foi a mais festejada pelos militantes. Após a carreata, ela disse que não vai fugir à luta. "Você é o verdadeiro mito", responderam os militantes.
Mais cedo, um carro de som do candidato a governador de São Paulo, Márcio França (PSB), passou perto do local previsto para o candidato petista em Heliópolis. O carro, que tocava o jingle de França, trazia também uma bandeira de Haddad. Apesar de o PSB, de França, ter anunciado apoio ao Haddad, o candidato ao governo manteve-se neutro.
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