Presidentes de sindicatos de SP negam que mobilizações sejam eleitoreiras
Pelo menos três sindicatos do Estado de São Paulo marcaram assembleias, mobilizações e paralisações para o fim do mês de março, coincidindo com o período marcado pelo governador José Serra (PSDB) para deixar o cargo, a fim de lançar oficialmente sua candidatura à presidência da República. Mesmo com a colisão de datas, presidentes de três sindicatos descartam qualquer viés eleitoreiro ou partidário nas atividades de suas categorias.
Nesta terça-feira (30), o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários de São Paulo discutirá a pauta de sua campanha salarial, além do plano de carreira da categoria. Já o Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaúde-SP) marcou assembleia para a quarta-feira (31), na qual uma possível greve dos servidores estará em discussão. Ainda na quarta, ocorre a assembleia convocada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), categoria paralisada desde o início de março. Ambas as assembleias ocorrerão no mesmo dia em que Serra oficializará sua saída do governo, durante evento no Palácio dos Bandeirantes.
Segundo a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, a mobilização dos professores ocorreria de qualquer maneira, fosse em ano eleitoral ou não. "Por que discutir salário tem fundo eleitoral? Alegar isso é uma forma pouco correta e honesta para o governo fugir do debate", afirma. "Dinheiro, eu sei que o governo tem. Ele deveria respeitar o funcionalismo", diz Noronha, que vê uma "pauperização" da situação dos professores no Estado. A dirigente descarta ainda qualquer tipo de ação coordenada entre os sindicatos. A Apeoesp é filiada à Central Única dos Trabalhadores (CUT).
O presidente do Sindicato dos Metroviários, Wagner Gomes, descarta qualquer caráter político na campanha de sua agremiação, destacando que o debate do próximo dia 31 será para definir a campanha salarial de maio, quando o atual governador já estará fora do governo. "A nossa discussão será com o (vice-governador Alberto) Goldman, e não com Serra", diz Gomes. "As pessoas ligam automaticamente (à eleição), mas todo ano tem (mobilizações), e todo ano é difícil de fechar acordo. Só muda a desculpa: num ano é a eleição, no outro é porque não tem dinheiro, no outro é porque chove demais", afirma. Gomes também é presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), central sindical à qual o Sindicato dos Metroviários é filiada. Criada em 2007 por ex-integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a CTB tem em sua diretoria militantes do PT e de outros partidos da aliança do governo federal, como PCdoB e PSB.
Para o presidente do SindSaúde-SP, Benedito Augusto de Oliveira, as ações dos sindicatos são políticas, mas não eleitoreiras. "Serra é um político, eu sou um político, você é um político, todos fazemos política", diz. "Mas não dá para achar que todos os professores são petistas, ou que todos os funcionários da saúde são petistas. Se fosse assim, seria muito petista junto, o PT ganharia as eleições e o Serra não seria governador", afirma. Segundo Oliveira, a causa de sua categoria é abraçada por pessoas de todos os partidos, inclusive do PSDB. O SindSaúde-SP, que acusa o governo paulista de não cumprir os acordos coletivos, é filiado à CUT.
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