EBC quer servir a outros governos para gerar receita
O diretor-presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), Nelson Breve, falou ao UOL e à Folha sobre planos para afastar da empresa a imagem de governista. Para ele, a fama tem razão de existir, pois há “um problema de identidade” na instituição: produzir, ao mesmo tempo, conteúdo encomendado pelo governo federal e material independente.
“Herdamos uma parte do que era uma emissora estatal, ou “chapa-branca”, como é apelidada. E herdamos uma parte que já fazia comunicação pública”, disse Nelson Breve. Em 2011, a estatal gastou R$ 424,9 milhões. Mas só produziu uma receita de R$ 57,1 milhões. Em São Paulo, a audiência média da TV Brasil é de 0,1 ponto.
Para tentar reduzir o rombo de R$ 367,8 milhões e livrar a EBC do estigma de ser muito pró-governo federal, Breve afirmou que a empresa deve produzir conteúdo demandado não só por Brasília, mas também por administrações estaduais –controladas por diferentes partidos. Se a EBC não crescer o suficiente para atender esses novos clientes, Nelson disse preferir que a empresa pare de prestar serviços para o governo e se dedique exclusivamente à comunicação pública.
O presidente da EBC falou sobre o assunto na sexta-feira (24.fev.2012) no “Poder e Política – Entrevista”, programa do UOL e da Folha conduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues no estúdio do Grupo Folha em Brasília. Na entrevista, ele também disse que resolver os problemas de imagem da empresa está entre as prioridades da instituição para os próximos anos.
>>Fotos da entrevista com Nelson Breve.
Breve falou ainda sobre polêmica motivada pela transmissão de cultos religiosos das Igrejas Católica e Batista pela TV Brasil, um dos meios de comunicação controlados pela EBC. Ele indicou que, para resolver a questão, a emissora deve abrir espaço para mais religiões.
“Eu posso atender igualmente [as religiões], mas na proporcionalidade demográfica brasileira. De acordo com a proporcionalidade das religiões. Posso dizer que [para] uma [religião] eu tenho um programa semanal, [para] a outra pode ser quinzenal. Pode ser um rodízio etc”, afirmou.
A seguir, trechos em vídeo da entrevista de Nelson Breve:
Abaixo, vídeo com a íntegra da entrevista. A transcrição completa também está disponível.
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