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CPI do Cachoeira não interessa a nenhum partido, diz presidente do PSDB

Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, criticou o andamento da CPI do Cachoeira - Folhapress
Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, criticou o andamento da CPI do Cachoeira Imagem: Folhapress

Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Belo Horizonte

17/05/2012 18h37

O presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PE), desqualificou a CPI Mista (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do Cachoeira em encontro com empresários mineiros nesta quinta-feira (17), em Belo Horizonte. Disse ainda que, como as denúncias atingem governos estaduais de diversas legendas, os trabalhos da comissão não devem avançar.

“A CPI atinge o Executivo no plural. Os governos estaduais e federal não querem deixar a comissão ir adiante porque tem coisa por trás. A pauta administrativa da comissão de investigar governos de vários partidos, saber se as licitações foram regulares ou irregulares... Nos partidos, não vejo muitos interessados”, disse Guerra.

“São mais deduções do que realidade. Não sabemos o alcance do [Carlinhos] Cachoeira e suas trelas. O alcance é impreciso”.

Numa atitude incomum para membros da oposição em investigações do Congresso, Guerra afirmou que não há o que ser investigado. “Não há a menor chance de a CPI avançar. Não vejo muita gente interessada. As investigações se esgotam num processo que já se deu. As coisas já foram investigadas”, afirmou o presidente do PSDB.


Segundo o deputado, as denúncias que envolvem a legenda não preocupam a partido. “Nunca obstruímos a CPI. O governador [Marconi] Perillo quer ser ouvido pela comissão e investigado pela PF. Estão arrombando uma porta aberta”, disse.

Guerra ainda negou a necessidade de Perillo dar explicações à Comissão de Ética do PSDB, que está sendo criada a toque de caixa pela direção do partido. “Não há dúvidas sobre o governador Perillo. Ouvimos todas as suas explicações e os dados que dão conteúdo a essas explicações. Tenho 100% de certeza de que nada há contra o governador de Goiás”.

Com relação ao deputado Carlos Alberto Lereia (PSDB-GO), Guerra disse que as acusações se restringem a uma relação de amizade entre o parlamentar tucano e o bicheiro. “Leréia é acusado de manter relação de amizade com o Cachoeira. Rigorosamente é isso. Ele é um amigo do Cachoeira. Essa questão tem de ser examinada por essa perspectiva: ele não tem responsabilidades administrativa. Temos de ver se sua vida pessoal fere a ética da conduta do parlamentar. Ele vai à CPI e já se ofereceu para se explicar para o partido. Mas desde logo, não há nada que o envolva em qualquer irregularidade.

Guerra ainda desdenhou das conversas, interceptadas pela PF, do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) levando um pedido do contraventor ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) para conseguir um emprego para Mônica Vieira, prima do bicheiro. “São factoides ridículos”.