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Deputados do PPS e PMDB batem boca na CPI do Cachoeira sobre relação de Sérgio Cabral e Delta

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

31/10/2012 11h25Atualizada em 31/10/2012 11h40

O tom das discussões subiu na sessão da CPI do Cachoeira nesta quarta-feira (31) entre o líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), e o deputado peemedebista Leonardo Picciani (RJ). Eles divergiram sobre a ida do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), à comissão para explicar a relação dele com o ex-presidente da construtora Delta e a ligação da construtora com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que é investigado pela CPI.

“Sérgio Cabral passou a ser o principal suspeito da relação da Delta no Rio de janeiro”, afirmou Bueno.  


Em resposta, Picciani chamou de “leviana” a fala do colega de parlamento, alegando que a relação entre Cabral e os ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish, era apenas pessoal e os contratos da Delta no Rio de Janeiro não teriam relação com Cachoeira.

“É de uma enorme leviandade”, resumiu Picciani. “[Cabral] não foi convocado nesta comissão porque das milhares de ligações [telefones interceptados] o nome dele não é citado sequer uma vez . O senhor Carlos Cachoeira não teve nenhuma atuação no Estado do Rio de Janeiro”, completou.

“Leviano é você”, respondeu Bueno. “Não venha blindar aqui, não”, continuou.

Bueno argumentou, então, que, se não há o que esconder que Cabral fosse prestar depoimento à CPI, a exemplo do que fizeram os governadores do Distrito Federal, o petista Agnelo Queiroz e o de Goiás, o tucano Marconi Perillo. Ambos governos tinham contratos com a Delta e funcionários que tinham contato com Cachoeira.

Apesar da discussão em torno do depoimento de Cabral, sem a definição sobre a prorrogação dos trabalhos da CPI, é praticamente inócuo o debate, porque a comissão está prevista para ser encerrada no próximo dia 4 de novembro.