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Segundo dia de júri terá depoimentos de irmão e suposta "paixão" de PC Farias

 Augusto Farias (de barba), irmão de PC Farias, conversa com familiares enquanto começa o júri da morte do ex-tesoureiro de Fernando Collor, iniciado nesta segunda-feira (6)  - Beto Macário/UOL
Augusto Farias (de barba), irmão de PC Farias, conversa com familiares enquanto começa o júri da morte do ex-tesoureiro de Fernando Collor, iniciado nesta segunda-feira (6) Imagem: Beto Macário/UOL

Aliny Gama e Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

07/05/2013 06h00

O julgamento dos acusados da morte do empresário Paulo César Farias e sua namorada Suzana Marcolino chega ao segundo dia com o depoimento de mais testemunhas nesta terça-feira (7). O depoimento mais esperado de hoje é o do irmão de Paulo César, o ex-deputado federal Augusto Farias, que anunciou que vai defender os réus no processo. No primeiro dia, os trabalhos duraram pelo menos sete horas, mas que só foram suficientes para formação do conselho de jurados e depoimento de duas testemunhas.  

Estão sendo julgados os policiais militares Adeildo Costa dos Santos, Reinaldo Correia de Lima Filho, Josemar Faustino dos Santos e José Geraldo da Silva. O júri popular da acusação de duplo homicídio ocorre no Fórum do Barro Duro, em Maceió, e deve durar até a sexta-feira (10). O crime, porém, não possui autorias intelectual e material apontadas na denúncia.
 
Além do irmão de PC, também deve depor a então namorada de Augusto, Milane Valente de Melo. Foi com Augusto Farias e Milane que PC Farias e Suzana Marcolino fez a última refeição, na noite do dia 22 de junho de 1996.

Além deles, a última testemunha convocada pelo MPE (Ministério Público Estadual) também deve falar: trata-se do vigia da casa de PC Farias, Manoel Alfredo da Silva.

Pela parte da defesa, também é aguardado com expectativa o depoimento de Cláudia Dantas, suposta nova paixão de PC Farias e pivô de uma iminente separação entre Paulo César e Suzana --que, para a defesa, seria o motivo do assassinato de Suzana, seguido de suicídio.

Segundo o advogado de defesa do réus, José Fragoso Cavalcanti, os peritos convocados pelo Ministério Público e pela defesa só devem começar a depor a partir da tarde da quarta-feira (8) ou manhã da quinta-feira (9).

Entre eles, está o depoimento de um dos peritos responsáveis pela primeira perícia do caso e que apontou para homicídio seguido de suicídio, Fortunato Badan Palhares.

A tese foi contestada por um novo laudo de peritos e legistas, que também devem prestar depoimentos durante o júri.

Primeiro dia

Com meia-hora de atraso, o júri popular começou às 13h30, com a escolha dos sete jurados. Foram escolhidos cinco homens e duas mulheres.
No primeiro, prestaram depoimentos dois funcionários de Paulo César Farias que estiveram na casa no dia do crime.

Primeira testemunha a depor, o jardineiro Leonino Tenório Carvalho confirmou que queimou o colchão onde teria ocorrido o crime, na casa de praia de Guaxuma, após ordem dada a ele pelo chefe de segurança de PC Farias, três dias após o crime.

"Eu falei com o Flávio [Almeida], que estava com mau cheiro. Aí eu perguntei ele, disse a ele que estava podre, e ele ligou para não sei quem, e mandou fazer a limpeza e jogar fora. Peguei o colchão e meti fogo. Eu pensei que não ia incomodar", afirmou.

Logo em seguida, no segundo depoimento, o garçom de Paulo César Farias, Genival da Silva França, confirmou a ordem para destruição das provas e afirmou que a autorização para queima do colchão foi dada pelo primeiro delegado do caso, Cícero Torres (que foi afastado do caso, após a contestação do laudo usado como base para definir crime passional).

“O Leonino me disse que falou com o Flávio, que falou com o delegado Cícero Torres, que disse que poderia jogar fora, que o que tinha de ser feito já tinha sido feito”, afirmou o garçom.

Brigas

Também em seus depoimentos, os dois deram informações contraditórias sobre as supostas brigas entre o casal PC Farias e Suzana Marcolino.

"Pelo que eu saiba era um relacionamento normal. Nunca presenciei nenhuma briga, nem dela com PC, nem dela com os filhos ou irmãos. Ela não morava lá, ia só finais de semana", disse o jardineiro.

Já o garçom Genival da Silva França afirmou que presenciou brigas do casal.

"Eu presenciei dois atritos. Um foi por causa de uma ligação, e outra foi outra vez que ela foi lá na casa de praia, chegou e ele [PC], educadamente, mandou ela entrar e ficou conversando com ela. Vi ele gesticulando, como se estivesse brabo com ela", disse, citando ainda que lembra que Suzana teria tentado suicídio dias antes do crime, na praia de Guaxuma, sendo contida por seguranças de PC Farias.