Arma que matou PC e namorada sumiu do fórum, diz promotor

O promotor Marcus Mousinho, responsável pela denúncia contra os quatro acusados de duplo homicídio por omissão de Paulo César Farias, afirmou em entrevista na tarde desta quinta-feira (9) que a arma do crime, consignada no processo, desapareceu do fórum.

Dia a dia do julgamento

Primeiro dia
Para promotor, polícia foi ingênua ao apurar morte de PC Farias
Delegado autorizou queima de colchão de PC Farias após o crime, dizem testemunhas
Segundo dia
Suzana comprou revólver às vésperas de crime por R$ 350, diz empresária
Filha de PC Farias diz que Suzana era uma namorada ciumenta
Terceiro dia
Delegado diz que Augusto Farias ofereceu R$ 100 mil para ficar livre de acusação de matar irmão
Manchas de sangue explicam suicídio de Suzana, diz Badan

A constatação foi feita nesta manhã, quando o perito criminal Domingos Tochetto pediu ao juiz Maurício Brêda para fazer uma demonstração com o revólver supostamente usado na madrugada do dia 23 de junho de 1996, quando o casal foi morto na casa de praia do empresário, na praia de Guaxuma, em Maceió. Como a arma não foi achada, uma similar foi usada pelo perito para fazer a demonstração.

“Essa arma não foi encontrada --pelo menos foi a explicação que me deram aqui no cartório", disse. Segundo ele, a informação que teve era de que o fórum tivera um problema de engenharia e foi interditado. O perito disse ainda que, durante a mudança de um prédio par outro, "sumiram várias armas, e outras foram enviadas ao Exército". 

Segundo Mousinho, a perda não acarretará em prejuízo ao julgamento dos quatro policiais militares, já que não haverá nada pericial.

“Minha preocupação inicial era se os peritos quisessem usar arma. Questionei o juiz. Mas como eles queriam apenas para mostrar a empunhadura, e a defesa não fez qualquer protesto, usou-se uma arma similar."

Segundo informou o juiz Maurício Brêda em rápida entrevista ao UOL, a arma do crime está catalogada e consta no registro do processo no fórum, mas não teria sido encontrada provavelmente por estar guardada há 17 anos "e só foi procurada hoje”.