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Juiz manda MPE investigar Augusto Farias por denúncia de oferecimento de propina a delegado

Aliny Gama e Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

10/05/2013 22h31

O juiz  Maurício Brêda, da 8ª Vara Criminal de Maceió, determinou que o depoimento do delegado Antônio Carlos Lessa, acusando o ex-deputado federal Augusto Farias de oferecer propina de R$ 100 mil a ele para ser livre do indiciamento na morte de Paulo César Farias, o PC Farias, e sua namorada, Suzana Marcolino, seja encaminhado ao MPE (Ministério Público Estadual) para que seja investigado.

“É dever de qualquer juiz, ao receber uma denúncia de uma autoridade pública que não estiver prescrita, para que seja analisada. Foi isso que fiz para que o caso seja investigado”, disse Brêda, logo após o juri que anistiou os quatro ex-seguranças acusados da morte.

Depois de cinco dias de júri popular, os quatro ex-seguranças acusados da morte de PC e Suzana foram absolvidos pelos jurados. A decisão foi lida por Brêda, na noite desta sexta-feira (10). Os jurados, no entanto, reconheceram a tese de duplo homicídio que foi apresentada pela acusação, sem identificar os autores do crime.

Os ex-seguranças Adeildo Costa dos Santos, Josemar Faustino dos Santos, José Geraldo da Silva e Reinaldo Correia de Lima Filho eram acusados de duplo homicídio triplamente qualificado --por motivo torpe, sem possibilidade de defesa da vítima e impunidade. A defesa alegou que Suzana matou PC Farias e se matou em seguida. Os quatro são policiais militares e nunca foram detidos.

Segundo o juiz, o caso será remetido ao “promotor natural”, mas não necessariamente resultará em processo ao ex-deputado.

O juiz disse ainda que o MPE também pode investigar a denúncia feita por Augusto de que o delegado teria feito uma "proposta indecorosa" a ele, na qual teria sugerido que “acusasse os seguranças para ficar livre do indiciamento.”

“Junto com a gravação do depoimento do delegado, vai também a gravação do Augusto, e o MPE pode tomar suas providências”, afirmou.

Augusto foi indiciado pela polícia, ao fim do segundo inquérito, que foi enviado à PGR (Procuradoria Geral da República) --já que o então deputado federal tinha foro privilegiado. A PGR, por sua vez, pediu o arquivamento do caso por falta de provas.

O ex-deputado nega as acusações.