Juiz manda MPE investigar Augusto Farias por denúncia de oferecimento de propina a delegado
O juiz Maurício Brêda, da 8ª Vara Criminal de Maceió, determinou que o depoimento do delegado Antônio Carlos Lessa, acusando o ex-deputado federal Augusto Farias de oferecer propina de R$ 100 mil a ele para ser livre do indiciamento na morte de Paulo César Farias, o PC Farias, e sua namorada, Suzana Marcolino, seja encaminhado ao MPE (Ministério Público Estadual) para que seja investigado.
Dia a dia do julgamento
“É dever de qualquer juiz, ao receber uma denúncia de uma autoridade pública que não estiver prescrita, para que seja analisada. Foi isso que fiz para que o caso seja investigado”, disse Brêda, logo após o juri que anistiou os quatro ex-seguranças acusados da morte.
Os ex-seguranças Adeildo Costa dos Santos, Josemar Faustino dos Santos, José Geraldo da Silva e Reinaldo Correia de Lima Filho eram acusados de duplo homicídio triplamente qualificado --por motivo torpe, sem possibilidade de defesa da vítima e impunidade. A defesa alegou que Suzana matou PC Farias e se matou em seguida. Os quatro são policiais militares e nunca foram detidos.
Segundo o juiz, o caso será remetido ao “promotor natural”, mas não necessariamente resultará em processo ao ex-deputado.
O juiz disse ainda que o MPE também pode investigar a denúncia feita por Augusto de que o delegado teria feito uma "proposta indecorosa" a ele, na qual teria sugerido que “acusasse os seguranças para ficar livre do indiciamento.”
“Junto com a gravação do depoimento do delegado, vai também a gravação do Augusto, e o MPE pode tomar suas providências”, afirmou.
Augusto foi indiciado pela polícia, ao fim do segundo inquérito, que foi enviado à PGR (Procuradoria Geral da República) --já que o então deputado federal tinha foro privilegiado. A PGR, por sua vez, pediu o arquivamento do caso por falta de provas.
O ex-deputado nega as acusações.
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